Espacios. Vol. 25 (1) 2004

A viabilidade do fomento tecnolgico para a indstria de bens de capital em economias emergentes 3b6n3q

La viabilidad del fomento tecnolgico para la industria de bienes de capital en economias emergentes 5u681h

Jos Henrique Souza* 2n4h2d


Contenido 293v5k


RESUMO:
Esse trabalho avalia o papel tecnolgico das empresas de bens de capital e os desafios de uma poltica pblica voltada para seu desenvolvimento tecnolgico. Baseado na experincia brasileira, esse texto discute a importncia dessa indstria para o progresso tecnolgico dos pases em desenvolvimento e possveis recursos de apoio pblico como o financiamento pblico e o poder de compra do Estado.

ABSTRACT:
This work evaluates the technological role of industrial goods enterprises and the difficulties of technological development politicies for this industry. Based in the Brazilian experience, this paper argues the importance of this industry for technological progress of developing countries and possible public actions like public financing and governamental procurement.


RESUMEN:
Este trabajo evala el papel tecnolgico de la industria de bienes de capital y los desafos de una poltica de desarrollo tecnolgico para sta industria. Basado en la experiencia brasilera, se discute la importancia de la industria de bienes de capital para el progreso tecnolgico de los pases en desarrollo y los posibles apoyos pblicos para la promocin de esta industria, tales como: financiamiento y poder de compra del Estado.

Introduo 6e5w33

O desenvolvimento industrial condio essencial para melhorar a sustentabilidade econmica e o padro de vida dos pases do Terceiro Mundo. Por isso, os instrumentos de polticas pblicas voltados para o desenvolvimento econmico procuram fortalecer setores chaves da economia. Dentre inmeros segmentos importantes da economia, a indstria de bens de capital recebe uma ateno especial pelo papel que representa no processo de desenvolvimento. A sua ausncia ou ineficincia dificulta o desenvolvimento econmico e tecnolgico dos pases perifricos. Esse um dos principais motivos que explica a incluso do segmento na atual “Poltica Industrial e Tecnolgica” do governo brasileiro.

Para impulsionar o desenvolvimento preciso internalizar, ao menos, parte segmento produtor de bens de capital. Entretanto, mesmo que isso ocorra o segmento acaba por gerar um aumento crescente nas importaes de tecnologias. Esse efeito no desaparece com polticas pblicas complementares de substituio de importaes, estmulos governamentais P&D e nem com a ampliao do ritmo de transferncia de tecnologia. Cabe, ento, se indagar, o que possvel ser feito para internalizar a indstria de bens de capital e suas tecnologias minimizando seus efeitos negativos sobre a dependncia externa.

As agncias brasileiras de fomento tecnolgico sabiam, j nos anos 70 que o combate aos problemas tecnolgicos da indstria de bens de capital deveria ser uma tarefa sistmica. Os "instrumentos de apoio creditcios, mobilizados pelo lado da oferta, para assegurar o desenvolvimento tecnolgico e a consolidao das empresas nacionais de bens de capital" tinham pouca eficincia (Alves, 1993). Tambm eram claros os limites das polticas de “Substituio de Importaes” e de capacitao tecnolgica setorial. Assim, a experincia brasileira, de 1974 a 1990, no campo da poltica de desenvolvimento para o segmento demonstra que o avano tecnolgico dessa indstria exige a coordenao de trabalhos de vrios mecanismos pblicos de apoio e de agentes econmicos.

O presente texto procura entender as razes que fazem do segmento industrial de mquinas e equipamentos um alvo recorrente da ateno de governos interessados no desenvolvimento econmico. Ao mesmo tempo, com base na recente experincia brasileira de apoio pblico indstria, procuramos demonstrar que a execuo de polticas pblicas de apoio ao segmento um desafio imenso. Talvez, relembrando as dificuldades enfrentadas pelas agncias de fomento brasileiras, possamos evitar, ao menos, os erros j conhecidos.

Definio e classificao 4h2q2a

"A indstria de bens de capital , por definio, a indstria que cria indstria" (Sanson, in Conjuntura Nacional, 1979). No Brasil, definimos bens de capital como: instalaes, mquinas, equipamentos, componentes, rios e suas peas de reposio usadas para produzir outros bens ou prestar servios (Corra do Lago, 1979 e Tadini, 1985). Tal indstria pode ser dividida em dois ramos que "obedecem a condicionantes econmicas, financeiras e operacionais especficas" (Tadini, 1985). So eles:

a) Bens de capital sob encomenda. So mquinas, geralmente, de grande porte e com especificaes exigidas pelos compradores (usurios) como, por exemplo: turbinas, caldeiras, pontes rolantes e hidrogeradores. Esses bens so projetados para atender processos pr-estabelecidos, por isso, item modificaes nas dimenses e nas matrias-primas entre unidades fabricadas sucessivamente (Tadini In Marcovitch, 1986).

b) Bens de capital seriados ou padronizados. So mquinas e equipamentos produzidos de forma seriada (em linha) ou mquina por mquina (escala de produo reduzida). So os casos, por exemplo, de tornos, mquinas ferramentas a comando numricos, caminhes e computadores.

A fabricao desses bens ocorre segundo padres prvios, sem interferncia do comprador (Corra do Lago, 1979). So projetados para atender formulaes padronizadas de desenho. O processo, as operaes de fabricao e as matrias-primas a utilizar no variam constantemente em funo dos pedidos dos usurios. Assim, o programa de fabricao desses bens "em srie".

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