Geciane S. Porto , Flavia Oliveira do Prado y Guilherme Ary Plonski 5f5dc
Neste estudo, foram listados 17 itens que contribuem para projetos em parceria com centros de pesquisa/universidade, os quais os respondentes deveriam indicar o seu grau de concordncia ou discordncia em relao aos mesmos.
Para identificar os fatores mais relevantes foi utilizada a anlise fatorial, Pereira (1999). Embora a amostra seja pequena, verificou-se a consistncia dos dados3. Foram encontrados 05 fatores que explicam 81,02% da varincia das respostas. Esses fatores, aps a anlise dos itens que compem cada um, foram denominados conforme o seu contedo mais expressivo, conforme pode ser observado na tabela abaixo.
Ao analisar os fatores que contribuem para cooperao empresa-universidade e/ou instituto de pesquisa, observa-se que as empresas do setor de telecomunicaes so motivadas a cooperar para desenvolver e absorver a tecnologia de forma mais eficaz, para desenvolver os recursos humanos da empresa, ter o s instalaes universitrias, desenvolver novos produtos e processos, reduzir o tempo de desenvolvimento de projetos de P&D, entre outros. No entanto, ao comparar com o resultado da tabela 3, percebe-se que este desenvolvimento deve estar direcionado muito mais a tropicalizao e as melhorias incrementais dos produtos do que a criao efetiva de novos produtos e processos.
O o a recursos financeiros e recursos humanos qualificados tambm outro fator de grande importncia. Com base nesse fator, pode-se destacar a importncia que a lei da informtica possui para o setor, sendo que esta muitas vezes o fator decisivo no s para cooperao com entidades externas, como para o prprio investimento em P&D&E no pas.
Este estudo permitiu verificar quais so as principais fontes de tecnologia e a sua freqncia de uso para as empresas fabricantes de equipamentos do setor de telecomunicaes. Por meio do conhecimento dessas fontes pode-se conhecer melhor qual o perfil da empresa inovadora, seu esforo tecnolgico e caracterizar a natureza das inovaes realizadas com as instituies parceiras.
As fontes de inovao em ordem de relevncia so: a) o departamento de P&D da Matriz; b) P&D interno; c) Universidades e centros de pesquisa; d) Conferncias, simpsios, frias, exposies e publicaes especializadas; e) Clientes e outros departamentos da empresa.
No entanto, verificou-se que as fontes cuja importncia de uso mais elevada, no so utilizadas na mesma freqncia em que so avaliadas como importantes. Isto indica que embora as empresas considerem relevantes determinadas fontes de informao a sua utilizao no vem ocorrendo na intensidade devida.
As fontes que so mais utilizadas so: a) departamento de P&D da Matriz;. b) departamento de P&D interno; c) Universidades; d) Institutos de pesquisa, e) conferncias, simpsios, feiras e exposies.
O estudo indica tambm que embora as universidades e institutos de pesquisa sejam procurados para desenvolver projetos em parceria em 82,6% dos casos, estes so de natureza mais restrita, ou seja, para a adaptao de novos produtos e/ou processos. Isto vem a confirmar que a tecnologia estratgica desenvolvida nos centros de P&D da matriz ou da prpria empresa.
Um aspecto interessante observado que os clientes so citados como a quinta fonte de maior importncia, o que indica uma divergncia entre o discurso corrente no setor de assumir as necessidades dos clientes como fator chave no processo de inovao.
Ao se verificar o grau de inovao das empresas, observou-se que o maior volume do faturamento advm de produtos novos lanados entre 13 e 36 meses no mercado, indicando que as empresas tm uma preocupao constante em renovar o seu mix de produtos, o que reflete a disputa acirrada neste mercado.
Os fatores que mais contribuem para realizao de projetos em cooperao com institutos de pesquisa/universidades so: a) Desenvolvimento e absoro de tecnologia da empresa mais eficaz; b) Melhoria do potencial mercadolgico da empresa; c) o a recursos financeiros e recursos humanos qualificados e melhoria da imagem da empresa; d) Uso em parceira das instalaes de pesquisa e informaes tecnolgicas; e) Otimizao do desenvolvimento de produto com menor risco para empresa. Observa-se que os fatores obtidos por meio da anlise fatorial para empresas instaladas no Brasil corroboram a literatura internacional sobre o tema.
Outro aspecto observado que as empresas investem em mdia 5,3% do seu faturamento bruto com atividades tecnolgicas. Esse valor muito prximo da obrigao mnima da Lei de Informtica (lei n 10.176/01). O que indica que as empresas no incorporam o desenvolvimento tecnolgico no pas como uma das suas prioridades estratgicas, havendo uma forte dependncia da regulamentao para manuteno dos esforos de P&D no pas no caso do setor de telecolunicaes. A atuao do governo na elaborao de polticas pblicas permanece fundamental para incentivar cada vez mais o P&D nacional no setor e a suspenso da lei poder impactar diretamente nos esforos tecnolgicos atualmente desenvolvidos no pas, podendo levar a um abandono e /ou transferncia dos investimentos para outras regies.