Espacios. Vol. 34 (11) 2013. Pg. 5 5x3362


A constituio de aranjos produtivos locais segundo as regras das polticas pblicas brasileiras 6y4d5g

The constitution of productive clusters according to the local rules of the brazilian public policy 1m1822

Cassia Ercolin de MOURA 1; Luiz de Freitas AYRES 2; Fernando Celso CAMPOS 3

Recibido: 06-08-2013 - Aprobado: 23-10-2013


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RESUMO:
O sculo XX conseguiu sintetizar grande parte das mudanas necessrias, que haviam sido pensadas, geradas e implantadas nas trs dcadas que o antecederam. As empresas de modo geral foram instadas por desafios, e temos hoje em todo o mundo organizaes com competncias estratgicas impactantes, surpreendendo o mercado e colocando a concorrncia na linha do desafio. A ateno voltada a arranjos produtivos locais, que por sua dimenso encerram em si a competncia de sobrevivncia vocacional da comunidade, o desenvolvimento regional, o conhecimento participativo, entre outros. Com foco nos benefcios inerentes aos Arranjos Produtivos Locais, conhecidos por APLs que este trabalho construdo, com o objetivo, de propor uma reflexo sobre a maneira como o governo brasileiro organiza as informaes para determinar que um aglomerado produtivo se torne um APL. Para isto foi realizada uma pesquisa documental em rgos governamentais, internet e comunidade, e para apoio terico foi realizada uma pesquisa bibliogrfica.
Palavras-Chave: Arranjos Produtivos Locais, Processos, Desenvolvimento de APL

ABSTRACT:
The twentieth century was able to synthesize most of the necessary changes, which had been thought, generated and implemented in the three decades that preceded it. Companies generally were encouraged by challenges, and we have today worldwide organizations with impactant strategic competencies , surprising the market and putting competition in the line of the challenge. Attention is focused on local production, which in it dimension carry with them a survival vocational competence of the community, regional development, participatory knowledge, among others. Focusing on the benefits of the Local Clusters, known for LPAs that this work is built with the aim to propose a reflection on how the Brazilian government organizes the information to determine that a cluster becomes a productive LPA. For this we conducted a documental research _ in government agencies, internet and community, for theoretical has done a bibliographical research.
Keywords: Local Production, Processes, Development of AP


1. Introduo 563dv

O sculo XX conseguiu sintetizar grande parte das mudanas necessrias, que haviam sido pensadas, geradas e implantadas nas trs dcadas que o antecederam. As empresas de modo geral foram instadas por desafios, e temos hoje em todo o mundo organizaes com competncias estratgicas impactantes, surpreendendo o mercado e colocando a concorrncia na linha do desafio.

O crescimento econmico surge em meio a estas mudanas por um conjunto de conhecimento gerado pelo novo cenrio, como - competio, avanos tecnolgicos, ideao, colocando o homem a favor da inovao que gera competitividade e viso comprometida com o fator humano e processos enxutos.

Portanto so ntidas as tendncias que marcam o mundo empresarial nos tempos atuais, segundo (Amato Neto, 2009) “elas revelam que as decises de investimentos esto cada vez mais influenciadas por vantagens competitivas dinmicas”, e exemplifica essas vantagens – infra estrutura local adequada; proximidade com centros de pesquisa e desenvolvimento; oferta de mo de obra qualificada; o a modernos meios de transporte, comunicao, entre outros.

Essa caracterstica demonstra uma perspectiva de maior descentralizao produtiva. Ainda segundo (Amato Neto 2009) as grandes empresas buscam se apoiar em uma base industrial de pequenas e mdias empresas (PMEs), e esta categoria de empresas (PMEs) vem realizando historicamente, um importante papel social como geradoras de empregos, proveniente dos complementos produtivos e de manuteno necessrios para o complexo industrial e favorecimento da comunidade local.

Tendo em vista a importncia desses aglomerados de empresas que vo se formando e modificando os espaos em que esto inseridas, surgiu a curiosidade em conhecer como so criados os processos de desenvolvimento de APLs no Brasil. Este trabalho, portanto tem por objetivo verificar os processos necessrios para uma possvel modelagem de implementao destas empresas que chamaremos a partir de agora de APL – Arranjo Produtivo Local. Pretende contribuir com maior esclarecimento de como so formados os APLs e quais as suas principais necessidades para sobrevivncia, e chamar a ateno para as inmeras formas de conceituar os arranjos produtivos, que ocasionam falta de entendimento e entradas de novas nomenclaturas para o mesmo fim. Para atender a este objetivo ser realizada uma pesquisa documental e bibliogrfica, levantando vrias fontes, mtodos e tcnicas independentes.

O trabalho est dividido em trs partes: iniciando pela introduo que situa o tema, o objetivo, o problema, a contribuio e a metodologia empregada, na segunda parte o referencial terico traz o conceito de APL, de processos e processo de desenvolvimento de APLs.

2. Referencial Terico 1d6c3w

Na difuso do conhecimento que foca o desenvolvimento econmico e social, esto inseridos os APLs, que chamam a ateno pelos benefcios que causam na comunidade social ou industrial onde se encontram, porm conceituado e denominado de diferentes formas, este referencial terico procura situ-lo sob as diferentes ticas, seja dos rgos pblicos, que exercem papel determinante no desenvolvimento e crescimento dos arranjos produtivos seja da academia, que tem sido um grande difusor do conceito.

2.1. Conceito de Arranjo Produtivo Local – APL 5d291f

Segundo o Ministrio do Desenvolvimento da Indstria e do Comrcio (MDIC, 2008), APLs so aglomeraes de empresas localizadas em um mesmo territrio, que apresentam especializaes produtivas e mantm vnculos de articulao, interao, cooperao e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associaes empresariais, instituies de crdito, ensino e pesquisa.

Para a Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais (RedeSist, 2004 e (Lastres el al, 2002), arranjos produtivos locais so aglomeraes territoriais de agentes econmicos, polticos e sociais, com foco em um conjunto especfico de atividades econmicas, que apresentam vnculos mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participao e a interao de empresas, que podem ser desde produtoras de bens e servios finais at fornecedoras de insumo e equipamentos, prestadoras de consultoria e servios, comercializadoras, clientes, entre outros, e suas variadas formas de representao e associao. Incluem tambm diversas outras organizaes pblicas e privadas voltadas para: formao e capacitao de recursos humanos, como escolas tcnicas e universidades, pesquisa, desenvolvimento e engenharia, poltica, promoo e financiamento.

(Kachba et al., 2008) dizem que a hiptese de origem de APLs est na adoo de inovaes profundas para o processo organizacional, compatveis com as condies locais que tem a capacidade em criar novos paradigmas de produo e economias superiores as escalas existentes. (SEBRAE, 2003), completa que aglomerados de empresas localizadas em um mesmo territrio, que apresentam especializao produtiva e mantm algum vnculo de articulao, interao, cooperao e aprendizagem entre si e com outros locais, tais como governo, associaes de crditos, ensino e pesquisa o contexto dos APLs. Existem muitas descries para o mesmo termo, o Quadro 1 apresenta algumas:

Quadro1 Conceito dos termos empregados para APL

Autor

Nomenclatura

Conceito

Ano

Marshall

Distrito Industrial

concentraes de pequenas e mdias empresas localizadas ao redor das grandes indstrias

1890

Becattini

Distrito Industrial

O distrito industrial uma entidade socioterritorial caracterizada pela presena ativa de uma comunidade de pessoas e de uma populao de empresas num determinado espao geogrfico.

1992

Porter

Aglomerado Industrial

Aglomerado industrial um agrupamento geograficamente concentrado de empresas inter-relacionadas e instituies correlatas numa determinada rea, vinculada por elementos comuns e complementares.

1999

Kotler

Cluster

Cluster definido como um grupo de organizaes que tm encadeamentos verticais e horizontais entre si. Abrange a indstria central, as indstrias relacionadas e as de apoio. Encadeamentos verticais so tipicamente os relacionamentos entre a indstria central e as de apoio, e relacionamentos horizontais so os elos entre a indstria focal e outras indstrias que tem complementaridades com a indstria central em tecnologia e/ou marketing.

1997

Fonte: Elaborado pelos autores

2.2. Conceito de Processos 1v1u1f

(Graham e LeBaron, 1994) dizem que todo trabalho importante realizado nas empresas fazem parte de um processo, (Gonalves, 2000), diz que “no existe um produto ou um servio oferecido por uma empresa sem um processo empresarial. Da mesma forma, no faz sentido existir um processo empresarial que no oferea um produto ou um servio, e completa que processo pode ser entendido como qualquer atividade ou conjunto de atividade que toma um input, adiciona valor a ele e fornece um output a um cliente especfico.

Para (Hammer e Champy, 1994), um processo um grupo de atividades realizadas numa seqncia lgica com o objetivo de produzir um bem ou um servio que tenha valor.

(Gonalves, 2000) alerta que uma caracterstica importante dos processos a interfuncionalidade, embora alguns processos sejam realizados dentro de uma unidade funcional, a maioria dos processos importantes da empresa (especialmente os processos de negcio) atravessa as fronteiras das reas funcionais. Por isso mesmo, so conhecidos como processos transversais, transorganizacionais (cross-organizational), interfuncionais ou interdepartamentais.

Portanto para este trabalho entendemos que, processos relatam o modo como organizado um fluxo de trabalho, desde o incio at o final, mapeando cada etapa, e possibilitando anlise da importncia de cada uma delas e de possveis mudanas.

2.2.1. Importncia dos Processos

As empresas japonesas surpreenderam o mercado nos anos de 80 e 90, quando se sobressaram as indstrias americanas, pelo fato de terem descoberto (ou pelo menos implantado) o gerenciamento de processos (DAVENPORT, 1994). O gerenciamento de processos possibilita rapidez e eficincia em aspectos chaves que devem ser analisados com mais cuidado, alm de mapear as ocorrncias facilitando o seu gerenciamento.

Uma das mais importantes aplicaes da idia de processos para (Gonalves, 2000), a simulao do funcionamento de novas formas operacionais obtendo resultado para a empresa. Outra aplicao importante ocorre na implementao das mudanas previstas para operacionalizao de um processo. O desenho para elaborar um processo depende fundamentalmente de sua operacionalizao, o mapa essencial do caminho a ser percorrido

2.3. Processo para Desenvolvimento de APLs 6ls3t

Devido necessidade de articular aes governamentais com vistas adoo de apoio integrado a arranjos produtivos locais, o MDIC instituiu em 2004, o GTP – Grupo Permanente para Arranjos Produtivos Locais, que envolve 33 instituies governamentais e no-governamentais.

A metodologia de atuao em APL busca uma sincronizao entre atores locais para conhecer as demanda e comprometer os integrantes com possveis solues (GTP, 2010), organizou as demandas em um Plano de Desenvolvimento nico, em dois eixos assim dispostos:

Primeiro Eixo:

  • Estmulo construo de Planos de Desenvolvimento participativos, envolvendo necessariamente, mas no exclusivamente, instituies locais e regionais;
  • Busca de acordo por uma interlocuo local comum e por uma articulao local com capacidade para estimular o processo de construo do Plano de Desenvolvimento;

Segundo Eixo:

  • Nivelamento do conhecimento sobre atuaes individuais nos APLs;
  • Compartilhamento dos canais de interlocuo local, estadual e federal; e
  • Alinhamento das agendas das instituies para acordar uma estratgia de atuao integrada.

Para (GTP, 2004) o processo de desenvolvimento dos APLs objetiva o estmulo governana local para que seja construdo um canal de interlocuo entre atores e as instncias federais.

3. Metodologia 4a4j21

Este trabalho ser realizado por meio de pesquisa documental e pesquisa bibliogrfica, que para (Lakatos e Marconi, 2001) a pesquisa documental necessita de levantamento de vrias fontes, independente do mtodo ou tcnica a ser empregada. caracterizada pela fonte de coleta de dados e est voltada somente para os documentos, escritos ou no, formando o que se denomina de fontes primrias. Estas podem ocorrer no momento em que o fenmeno acontece ou depois.

Gil (1996), completa que na pesquisa bibliogrfica se emprega fundamentalmente as contribuies dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que no receberam ainda um tratamento analtico, ou ainda podem ser analisados de acordo com os objetos de pesquisa.

Com base nestes autores, este trabalho tem uma abordagem predominantemente qualitativa, delimitado no levantamento documental sobre como so mapeados os APLs no Brasil, de que forma so entendidos pelos rgos pblicos e como so referenciados na bibliografia, para buscar entendimento do elo entre literatura e os processos necessrios para que aglomerados de empresas sejam considerados APLs.

3.1. Identificao da Necessidade Regional 2b6i2g

O territrio brasileiro marcado por sua diversidade: (i) fsico/natural, (ii) povoamento, (iii) cultural, (iv) econmico e social. H pobreza de grandes massas populacionais e destruio crescente do meio ambiente. Estes fatores fomentam a busca por alternativas que tornem produtivas as terras, a mo de obra, instigando a vocao produtiva. Na figura 1 caracterizada a situao de inconformismo regional ou local, fonte geradora de mudanas.

Figura 1 Caracterstica da situao de inconformismo regional ou local

Fonte: (MDIC, 2011)

A dimenso dos desequilbrios espaciais de desenvolvimento econmico e social pode ser observada em diferentes escalas urbanas e regionais. A estruturao dos arranjos produtivos locais pode proporcionar motivao da regio para o trabalho na vocao em que est inserida, propiciando a reteno de recursos naturais e humanos.

3.2. Identificao de um APL 1a3m4t

Em 2009 o BNDES financiou uma pesquisa que visava consolidar e difundir os conhecimentos sobre as experincias, identificao, mapeamento e polticas de desenvolvimento de APLS, em 22 estados do pas (Acre, Amazonas, Par, Maranho, Piau, Cear, Rio Grande do Norte, Paraba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Gois, Minas Gerais, Rio de Janeiro, So Paulo, Esprito Santo, Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). O projeto pretendia avaliar as polticas implementadas no Brasil, de apoio aos APLs, e a partir da propor medidas para seu aperfeioamento.

Um dos objetivos do estudo do BNDES era identificar oportunidades de adensamento e fortalecimento social e econmico dos APLS, com estmulo produo e comercializao de bens de servios. Utilizaremos para este trabalho um dos tpicos do BNDES, que permitiu definir o conceito, a caracterizao de cada um, os critrios para seleo e o mapeamento dos APLS no territrio nacional. So eles:

  • Anlise dos conceitos e critrios utilizados para identificao e seleo para apoio;
  • Caracterizao dos arranjos identificados e daqueles selecionados para apoio por instituies pblicas e privadas;
  • Identificao dos arranjos excludos em funo dos conceitos e critrios adotados; e
  • Elaborao de mapa com localizao municipal.

A partir desses quatro tpicos foi possvel reconhecer, identificar, selecionar e mapear os APLs existentes em todos os 22 estados.

Na tabela 1 so demonstradas as formas de capitais intangveis determinantes do processo de desenvolvimento regional, que o BNDES se pautou para a construo da anlise dos conceitos e critrios de maior importncia a ser analisado.

Tabela 1: Capitais Intangveis Determinantes do Processo de Desenvolvimento Regional

Capitais Intangveis

Especificaes

Institucional

As instituies ou organizaes pblicas e privadas existentes na regio: o seu nmero, o clima de relaes institucionais (cooperao, conflito, neutralidade), o seu grau de modernidade.

Humano

O estoque de conhecimento e habilidades que possuem os indivduos que residem na regio e sua capacidade para exercit-los

Cvico

A traduo de prticas de polticas democrticas, de confiana, nas instituies, de preocupao pessoal com assuntos pblicos, de associatividade entre as esferas pblicas e privadas, etc.

Social

O que permite aos membros de uma comunidade confiar um no outro e cooperar na formao de novos grupos ou em realizar aes em comum.

Sinergtico

Consistem na capacidade real ou latente de toda a comunidade para articular de forma democrtica as diversas formas de capital intangvel disponveis nessa comunidade

Fonte: Adaptado de Boisier (2000) - Conversaciones Sociales Y Desarrollo Regional. Editorial de La Universidad de Talca.

So tambm mencionados por (Boisier, 2000) como capitais intangveis, o capital cultural, o cognitivo e o simblico, que no foram utilizados para a construo do conceito de APLs, pelo BNDES.

A partir do diagnstico para entendimento da regio e suas riquezas e deficincias, identificado os eixos de desenvolvimento endgeno, para criar estratgias especficas de implantao dos eixos de desenvolvimento, as etapas do processo de desenvolvimento endgeno demonstrada na figura 2.

Figura 2: Etapas de um processo de desenvolvimento endgeno

Fonte: MDIC, 2011

A partir da criao do objetivo se d a construo dos processos, desenhando os procedimentos que devero acompanhar cada etapa, formando a equipe tcnica do projeto de acordo com suas especificidades, como, por exemplo, em APL Rural, a equipe poderia ser composta por: agricultores, extensionistas, pesquisadores, assessor de territorial, consultor tcnico e pessoas convidadas. O treinamento se faz necessrio para dar conhecimento do conceito de territorialidade; socializao das estratgias do Projeto; uso da terra no territrio; solos; recursos hdricos; cobertura florestal e ferramentas de DRP 4.

3.3. Processo de Modelo de Gesto Participativa em APLs 3b5p6n

As economias regionais apresentam especificidades que exigem teorias prprias para explicar o seu processo de desenvolvimento. Para (Haddad, 2001), as economias regionais no so simplesmente verses em escala menor das economias nacionais, e indica algumas especificidades que as diferem:

  1. Em geral, devido a contratos mais estreitos e alteraes mais intensas entre as regies de um mesmo pas do que entre naes soberanas, de se esperar que os efeitos de transbordamento do crescimento e de polarizao sejam mais forte nas relaes econmicas inter-regionais do que nas relaes internacionais;
  2. os pases concorrem nos mercados internacionais com base nas vantagens comparativas e as regies de um mesmo pas concorrem, entre si, com base nas vantagens absolutas;
  3. a ausncia da soberania econmica de certos instrumentos de poltica de desenvolvimento e questes macroeconmicas (emisso de moeda, determinao da taxa de cmbio, entre outros) pode constituir uma considervel desvantagem para o desenvolvimento de uma regio;
  4. as foras polticas que contribuem para a transmisso inter regional de crescimento so, provavelmente, mais poderosas que as que contribuem para a transmisso internacional.

Estas consideraes do autor permitem entender a importncia dos arranjos produtivos locais e a fora que possuem inseridos na regio. O modelo de gesto participativa de APL mostrado na figura 3.

Figura 3: Modelo de Gesto Participativa de um APL

Fonte: (MDIC, 2011)

Formados os comits consultivos e de gesto, reporta-se a eles o grupo de empresrios pertencentes ao APL, e so responsveis pelo frum comunitrio de debates. A construo da agenda de mudanas tem a participao do empresrio que opinam, criticam e probem as aes tomadas. Aos comits cabe a formulao dos cursos e avaliao.

Os comits regem a implantao por meio de aes de negociao de recursos e instrumentos, que por sua vez recebe instrumentos e mecanismos privados e pblicos na sua formao e finalmente organiza e executa o sistema de monitoria e avaliao.

4. Consideraes Finais 4i3u5w

A abordagem de arranjos produtivos locais (APLs) iniciada nos anos 90 teve difuso rpida no pas. Os esforos para promov-los e entende-los como um intenso processo de aprendizado e de incorporao de conhecimento, tem facilitado o seu desenvolvimento. Os apoios s atividades produtivas com foco no territrio aram a ser organizadas a partir do entendimento e conceituao do termo. Em todo territrio nacional, iniciativas pblicas do governo federal, dos estados e municpios, alm dos esforos do setor privado, pautam-se na abordagem de arranjos produtivos, de comum entendimento os benefcios que proporcionam para a regio.

Embora a ao no territrio nacional seja efetiva no gerenciamento dos APLs existentes e nos candidatos APL, o caminho para uma regulamentao adequada, com estmulo e incentivo suficientes para o crescimento econmico ainda est longe de ser ideal.

A necessidade do entendimento do termo, que parece simples, tem causado discusso e falta de entendimento no planejamento do desenvolvimento dos APLs. Os arranjos produtivos locais mostram a eficcia da economia das regies onde esto alocados, porm mesmo sendo de comum acordo entre rgos governamentais, empresrios, universidades e comunidade local, os processos de inovao to necessrios para o crescimento e sobrevivncia dos APLs, so ainda pouco estimulados por todas as vertentes. Os processos inovativos deveriam estar vinculados j nos processos de desenvolvimento dos APLs como situao obrigatria para os benefcios financeiros recebidos para desenvolvimento de produtos.

Muito ainda tem por ser feito no que tange ao desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais, definindo cada etapa de acordo com as caractersticas locais, e com ganhos que tais desenvolvimentos proporcionariam e para isto talvez processos melhores definidos pudessem auxiliar na amplitude da viso do desenvolvimento como um todo (benefcios de aprendizado, pesquisa, crescimento econmico, inovao de raiz, entre tantos outros).

Muito embora j se fale de Arranjos Produtivos Locais h muitos anos, no Brasil estamos apenas comeando, e muito tem por ser feito, um campo frtil para pesquisa e trabalhos acadmicos que poderiam contribuir para melhor entendimento e aperfeioamento deste que parece ser um caminho importante para as nossas regies.

Indicamos abaixo algumas das inmeras carncias em trabalhos acadmicos que poderiam ser explorados em pesquisa:

  • Culturas locais e as mudanas de vocao produtiva
  • Processos de Inovao Incrementais em APLs
  • APL da Educao voltada para problemas locais
  • Evaso humana em locais de possibilidades de desenvolvimento de APLs, entre outros

Referncias Bibliogrficas r3a4y

Amato Neto, J. (2009). “Gesto de Sistemas Locais de Produo e Inovao – Clusters / APLs”. So Paulo. Ed. Atlas.

Davenport, T. (1994). “Reengenharia de processos”. Rio de Janeiro. Ed. Campus.

Gil, A.C. (1996). “Como elaborar projetos de Pesquisa”. So Paulo. Ed. Atlas.

Grahan, M.; LeBaron, M. (1994). “The horizontal revolution”. San Francisco. Jossey-Bass.

Hammer, M.; Champy, J. (1994) “Reengineering the corporation”. New York. HarperBusiness.

Lakatos, E.M.; Marconi, M.A. (2001). “Fundamentos da Metodologia Cientfica”. So Paulo. Ed. Atlas.

Lastres, H.M.; Cassiolato, J.E,; Maldonado, J.; Vargas, M.A. (2002). “Globalizao e inovao localizada – Experincias de Sistemas Locais no Mercosul”. Braslia. SEBRAE.

MARSHALL, A (1890). “Principles of Economics: An Introductory volume, traduzido em Princpios de Economia: tratado introdutrio”, So Paulo, SP, Abril Cultural, 1982.

Lambert, D.M.; Cooper, M.C.; Pach, J.D.(1998). “Supply chain management: Implementation issues and research opportunitie”. Minneapolis, MN, USA. The International Journal of Logistics Mangement, v.9, n.2

Gonalves, J.E.L. (2000). “As empresas so grandes colees de processos”. So Paulo. RAE – Revista de istrao de Empresas, Jan/Mar, v40, n.1, p.6-19

Kachba, Y.R. Vaz C. R; Kovaleski, J.L “Anlise das Estratgias de planos de ao APLs de Confeco do Brasil: pesquisa documental SEBRAE”. Paran. SEGet – Simpsio de Excelncia em Gesto e Tecnologia

Banco Nacional do Desenvolvimento - BNDES. [Fechamento da consulta 18 novembro 2011]. Disponvel em: http://www.politicaapls.redesist.ie.ufrj.br/objetivo

Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior – MDIC. [Fechamento da consulta 18 novembro 2011]. Disponvel em

http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.ohp?area=2&menu=300

Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais – RedeSist. [Fechamento da consulta 19 novembro 2011]. Disponvel em: http://www.redesist.ie.ufrj.br/


1 UNIMEP-Brasil. Email: [email protected]
2 UNIMEP-Brasil. Email: [email protected]
3 UNIMEP-Brasil. Email: [email protected]
4 Distribution Requirements Planning (DRP) ou planejamento das necessidades de distribuio pode ser definido como aplicao dos princpios de Material Requeriment Planning (MRP), em um ambiente de distribuio. Consegue integrar necessidades especiais de distribuio num modelo dinmico (LAMBERT et al., 1998, p. 207)


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