Espacios. Vol. 34 (7) 2013. Pg. 3 53x1d |
Gesto de empreendimentos tursticos, perfil, satifao e percepo dos turistas que visitam a cidade de Camocim-Ce • Um estudo de caso 612voManagement of tourist, profile, satifao and perception of tourists visiting the city of Camocim-Ce • A case study u3l1hLiliane Azevedo SANTAELLA 1, Patrcia Mendes de CASTRO 2 y Jorge Luiz Knupp RODRIGUES 3 Recibido: 25-04-2013 - Aprobado: 12-06-2013 |
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RESUMO: |
ABSTRACT: |
Introduo 224s6lO setor turstico um dos que mais crescem no mundo, fenmeno este que tambm pode ser visto no Brasil. Essa demanda latente remete, dentre outras coisas, necessidade de voltar a ateno aos processos de gesto, ao perfil e comportamento do consumidor, pois devido a grande concorrncia no Pas, no que tange ao destino turstico, em virtude das inmeras opes oferecidas no mercado, um pequeno detalhe pode fazer a diferena. Esse trabalho procura analisar aspectos da gesto, do perfil, satisfao e percepo dos turistas em relao aos turistas que se hospedaram no Resort Vale da Felicidade, municpio Camocim/CE-BR, bem como a inteno de retornarem ao referido empreendimento e cidade. Quando os benefcios pesam significativamente mais dos que os custos, valor alto percebido e os consumidores ficam satisfeitos. Quanto mais satisfeitos ficarem, mais provvel que se tornem leais marca e ao vendedor e maior a possibilidade de que o vendedor estabelea uma relao de longo prazo com eles. Em outras palavras, a satisfao do consumidor e o valor percebido por ele influenciam a deciso de compras futuras, afirmam Churchill e Peter apud Congro (2005, p.36). Entende-se neste trabalho, empreendimento turstico como aquele que tenha sua concepo voltada para o atendimento ao viajante, independentemente da motivao de sua viagem, ou seja, lazer, negcios, sade, congressos, esporte, dentre outros. Com isso a pesquisa tornou-se importante, no somente para uma valorizao cientfica, mas tambm para uma melhor avaliao dos servios que so oferecidos aos clientes, alm da divulgao do prprio municpio estudado. Para tanto, o artigo abordar temas como gesto, comportamento do consumidor, turismo e setor hoteleiro. Gesto de empreendimento turstico 2k40kA gesto de empreendimentos tursticos, obviamente est intimamente ligada gesto do turismo. Pois, qualquer empreendimento turstico, independentemente de sua especialidade, ou seja, hospedagem, gastronomia, lazer ou transporte, est inserido em um contexto turstico, e juntamente com os demais formar uma “destinao turstica”, a ser percebida pelo cliente em sua totalidade. O planejamento e a gesto do turismo so atividades que exigem conhecimento e ateno devido grande complexidade, principalmente em funo da interao do turismo com diversos setores da economia e por relacionar-se com pessoas. A istrao do turismo, ou a gesto de empreendimento turstico, deve continuamente, atentar para o comportamento das pessoas, os valores culturais e sociais, o desenvolvimento sustentvel, os processos de mudana, afirma Petrocchi (2001). Adaptando as palavras de Petrocchi (2002), pode-se afirmar que a gesto de um empreendimento turstico, um hotel, ou no caso, um resort, requer habilidades tcnicas que esto ligadas aos conhecimentos tcnicos e operacionais que contribuem para o funcionamento adequado de mquinas, equipamentos, processos, dentre outros. Habilidades humanas que so aquelas relacionadas a preocupao constante com o relacionamento humano e os desafios da comunicao, da liderana, da motivao e outras. J a viso holstica, a habilidade necessria e fundamental para que a gesto do empreendimento turstico perceba a organizao como um todo, suas relaes internas e externas necessrias e adequadas aos resultados esperados pelo empreendimento. Outro aspecto importante na gesto do empreendimento turstico a capacitao das pessoas que vo ter contato com o turista, fundamental que os funcionrios tenham as competncias necessrias para que consigam compreender, estimular e satisfazer as necessidades dos turistas. Para tanto a gesto deve constantemente desenvolver programas de treinamentos que estimulem a busca de novos conhecimentos e o desenvolvimento da competncia comportamental que pode ser caracterizada como um “saber ser”, ou seja, um comportamento assertivo do funcionrio em relao a uma determinada situao. O saber ser inclui traos de personalidade e carter adequados aos comportamentos requeridos nas relaes sociais de trabalho, tais como, envolvimento, responsabilidade, disponibilidade para a inovao e mudana, assimilao de novos valores de qualidade, produtividade e competitividade, etc. (STROOBANTS, 1997, p.142 e MANFREDI, 1998, p.27-28). Assim sendo, a gesto do empreendimento turstico, no que diz respeito a gesto de pessoas deve propiciar um ambiente de trabalho que estimule a motivao, a criao e a satisfao das pessoas, contribuindo para que o desempenho do funcionrio traga resultados satisfatrios para ele e para a organizao (INOCENTE e RODRIGUES, 2010) Comportamento do consumidor 1y2e3rPara Horner e Swarbrooke (2002) a compreenso do comportamento do consumidor crucial para a eficcia das atividades mercadolgicas realizadas pelas organizaes. Ainda segundo os mesmos autores, pesquisar sobre comportamento do consumidor ao mesmo tempo fascinante e difcil, pois uma aquisio por parte de um consumidor tem um significado emocional, isto pode ser muito relevante principalmente para a rea de Turismo. De acordo com Medeiros & Cruz apud Richers (2005), caracteriza-se o comportamento do consumidor por atividades, sejam elas mentais e emocionais realizadas na seleo, compra e uso de produtos e servios para a satisfao de suas necessidades e desejos. “O comportamento do consumidor definido como o estudo das unidades compradoras e dos processos de troca, no qual envolvidos na aquisio, no consumo e na disposio de mercadorias, servios, experincias e idias” (MOWEN e MINOR, 2003, p. 3). As mais diferentes atividades includas nas definies do comportamento do consumidor dispem de diversas variveis, que incluem desde a obteno do produto at a eliminao, nas quais podem ser descritas diversos conceitos, definidos de forma precisa. O comportamento do consumidor est atribudo a forma em como se adquire um determinado objeto de consumo, em como este se dispe perante aos servios prestados para satisfao do cliente. So diversas as atividades includas na definio de comportamento do consumidor atravs da obteno do produto, do consumo e eliminao (BLACKWEL, MINIARD & ENGEL, 2008, p. 6-7). Para um maior aparato dentro do estudo do comportamento do consumidor, podemos distinguir a rea da Economia, que segundo Giglio (2008, p. 34) “uma das teorias mais conhecidas sobre o comportamento de consumo vem da Economia. Segundo esta viso, o consumo ditado por escolhas racionais sobre a disponibilidade dos produtos e dos recursos necessrios para obt-los”. O consumo baseado por escolhas de acordo com a necessidade de cada consumidor, o que pode vir a ser de forma exacerbada, sem nenhum comprometimento lgico pelo simples fato de comprar, ou de forma consciente, quando o consumidor visa a necessidade cotidiana e de acordo com seu oramento. Existe um fator que tambm influencia na necessidade do consumidor a respeito da compra de produtos, este se avalia na motivao do consumidor. Conforme Mowen e Minor (2003): [...] a motivao refere-se a um estado de uma pessoa, o qual conduz a um comportamento voltado a um objetivo. Ela constituda de vrias necessidades, sentimentos e desejos que conduzem as pessoas a esse comportamento. O estmulo pode partir do prprio consumidor; sentir fome ou buscar um objetivo (por exemplo, o desejo de viajar) so tipos de estmulos internos que podem resultar no reconhecimento da necessidade (MOWEN e MINOR, 2003, p. 90). O fator motivacional pode influenciar de forma direta ou indireta o comportamento do consumidor, estando atrelado a uma necessidade bsica ou at mesmo a produtos relativamente fteis, pelo simples fato da compra, ou por estar em alta (na moda). Quanto ao fator motivacional referente a pacotes tursticos, baseia-se principalmente no fato de que o destino escolhido pode vir a oferecer em termos de lazer, preos, segurana e comodidade para o cliente. Sobre essa questo Gonzalez (2005, p. 3) afirma que “o turismo tem como principal apoio logstico a hotelaria, com o qual se brinda os servios de hospedagem necessrios para o conforto do turista”. Neste sentido a presente pesquisa vislumbra trabalhar o comportamento do consumidor utilizando ao empreendimento turstico, visando quantificar os mais diferentes servios ofertados, quanto satisfao do cliente. O comportamento do consumidor de servios/produtos do Turismo 463h2iConforme Congro (2005), o turismo fenmeno humano, ligado a expanso da sociedade capitalista. A oferta turstica pode ser analisada em diferentes categorias, baseada em diferencial que visa atrativos naturais e scio-culturais, responsveis pela escolha do turista para o seu determinado deslocamento e na categoria tcnica, que visa os equipamentos e infra-estrutura bsica e turstica. O turismo desempenha um importante papel no desenvolvimento das sociedades, dentro dos aspectos econmicos e sociais, visando uma socializao seja com o ambiente natural ou cultural do local escolhido. Essa demanda implica no processo de tomada de decises que as pessoas realizam constantemente ao planejar suas tarefas de lazer e, cabe destacar que sua escolha depende de inmeros fatores no s econmicos, como tambm psicolgicos, sociolgicos, culturais, fsicos e ticos (OMT, 2001). Com relao aos fatores psicolgicos importante salientar que: No turismo a expectativa de satisfao das necessidades atravs de um servio oferecido com qualidade maior, pois, muitas vezes, o turista economizou durante muito tempo para poder realizar a viagem e no ficar satisfeito se um determinado problema de gesto de um servio turstico atrapalhar o perodo de frias (CONGRO, 2005, p.24). Atravs do relato do autor acima observa-se a importncia do item satisfao na prestao de servios tursticos, haja vista sua insero no contexto da gesto empresarial fundamental para o xito do negcio. Uma experincia prtica envolvendo a qualidade foi realizada numa rede hoteleira internacional, a qual adotou a garantia de satisfao “100%”. Eles demonstraram que qualidade superior uma vantagem competitiva, pois em uma pesquisa com 300 clientes, foi revelado que 100 deles voltaram a se hospedar em um dos hotis da rede (FTZSIMMONS apud CONGRO 2005, p.24). Para Lage e Milone (2001), a demanda turstica distingue-se em nmero de bens e servios tursticos que as pessoas desejam e so capazes de consumir, por um determinado valor e em um curto ou longo perodo de tempo. Desta forma, este conceito objetiva a explicao do comportamento do consumidor, a partir de suas decises de compras de bens e servios que esto disposio do mercado turstico. Atualmente vrios fatores, principalmente econmicos, ajudam na demanda da escolha de um destino turstico seja no Brasil e no mundo. A facilidade na compra de agens, a disponibilidade de empresas no ramo locomotivo, os mais variados pacotes tursticos ofertados por empresas especializadas, dentre outros fatores que influenciam na escolha do cliente. Diversas so as formas de turismo praticadas no Brasil, especialmente no Cear, as mais comuns esto baseadas na prtica de esportes como: vlei de praia, kitesurf (composto por uma prancha pequena com e para os ps e uma pipa presa cintura, que impulsionada pelo vento faz o individuo deslizar sobre a gua), devido aos ventos fortes do litoral cearense, dentre outros esportes. Destaca-se tambm o turismo ecolgico seja na regio litornea quanto serrana. O turismo religioso tambm bastante praticado principalmente nas cidades de Canind e Juazeiro do Norte. Turismo de negcios o conjunto de atividades de viagem, de hospedagem, de alimentao e de lazer praticado por quem viaja a negcios referentes aos diversos setores da atividade comercial ou industrial ou para conhecer mercados, estabelecer contatos, firmar convnios, treinar novas tecnologias, vender ou comprar bens ou servios (ANDRADE, 1997). Esta modalidade tambm ganha espao atravs de convenes e palestras onde atraem diversos profissionais qualificados e palestrantes. O estudo de caso ora apresentado abordar o turismo litorneo, variando entre a prtica de esportes como os rallis, kitesurf, o turismo ecolgico e alta estao. Outro fator influente est atrelado a perodos de frias (julho e final de dezembro com meados em janeiro), feriados e as disponibilidades de ofertas pelo setor hoteleiro dos mais variados preos e servios disponibilizados. Durante este perodo, tambm conhecido como alta estao, a demanda de consumo e preos so bastante variadas, tendo em vista que ocorre um significativo aumento de visitantes, de diversos gostos e situaes financeiras. A opo de realizao da pesquisa no perodo de alta estao deve-se ao fato de que o resort estudado que no funciona em determinados meses do ano fora da alta estao, e da incidncia maior de turistas no municpio de Camocim/CE-BR nessa poca do ano. O municpio de Camocim/CE-BR como fonte de destino turstico 371r1gSituado no litoral Oeste do Estado do Cear - BR, o municpio de Camocim (Figura 1), est localizado a aproximadamente 360 km da capital Fortaleza, ocupa uma extenso territorial de 1.147 Km, considerado como a costa do sol poente e tem a maior rea de extenso litornea do estado do Cear com cerca de 60 km. Possui a sede da 2 maior empresa exportadora de pescado do Pas, a Pesqueira Maguary Ltda, que em 2004 exportou 3.578 toneladas, no valor de US$ 27,8 milhes. Destaca-se tambm o aeroporto de Camocim/CE, com 950,00 m pista, permitindo o pouso de aeronaves de pequeno porte, segundo resumo executivo (2008). O litoral de Camocim j teve outrora importante papel na economia do Cear. A cidade, nos anos 1920 a 1950, era uma das portas de entrada mais importantes do Estado atravs do Porto e da Estrada de Ferro de Sobral (MONTEIRO, 1984). O porto contribuiu para que Camocim asse a atrair imigrantes de outras regies assoladas pela seca, provocando um aumento substancial em sua populao. A eficincia porturia gerava crescimento para a cidade e regio atravs da exportao das mais diversas mercadorias (RODRIGUES, 2001). Entretanto, com o assoreamento do rio Corea a eficcia do porto comeou a dar sinais de declnio iniciando, desta forma, seu processo de desativao para grandes embarcaes. Figura 1 - Localizao do municpio de Camocim no Estado do Cear Tendo um belo atrativo natural o municpio composto por praias urbanizadas, semi-desertas e desertas, lagos, lagoas e coqueirais, contribuindo para a prtica de atividades do turismo esportivos como o kitesurf, ralis, etc., o ecoturismo oferece atividades voltadas a prtica da sustentabilidade e preservao do ambiente local assim como festival gastronmicos que refere-se ao turismo econmico. Dentre as praias mais visitadas destacam-se a Praia de Macei, Praia de Tatajuba, a Praia da Barrinha, a Praia das Barreiras, o Lago da Torta e a Ilha do Amor (ilha da testa branca) localizada na foz do rio Corea, contextualizado como esturio. Alguns pontos tursticos urbanos destacam-se, a antiga estao ferroviria, a biblioteca pblica Pinto Martins, considerado o primeiro aviador a atravessar o oceano Atlntico, sendo este natural de Camocim. Um dos principais atrativos tursticos de Camocim alm das belezas naturais o carnaval, que atrai milhares de pessoas da zona norte do estado do cear e pessoas da regio norte e nordeste em grande maioria. De acordo com o Portal da Secretaria de Turismo de Camocim (2011), a expectativa que a cidade recebesse cerca de cerca de 120 mil folies no carnaval de 2011, destacando-se desta forma como um dos destinos mais procurados nessa poca do ano. As mais variadas belezas naturais oferecidas pelo municpio, provavelmente no receberiam tantos visitantes se no tivessem adequada infraestrutura, dentro de uma conjuntura geral, como rede hoteleira, restaurantes e o as praias, sendo que algumas so semidesertas e desertas. A partir deste contexto podemos destacar a importncia do setor hoteleiro e de seus mais variados servios ofertados, dentro do cenrio turstico.
Contextualizao do setor hoteleiro no turismo 5j164rO turismo uma das atividades econmicas que mais crescem no mundo contemporneo, um dos setores que mais influenciam o crescimento da economia global. Dentro deste importante setor econmico, o ramo hoteleiro o que representa as maiores receitas e provavelmente no qual ocorrem as maiores inovaes do setor. O setor hoteleiro uma das “peas importantes do turismo, os hotis ajudam a movimentar a mquina econmica dos pases em desenvolvimento” (DREHER; TOMIO & ULRICH, 2003, p. 786). Os hotis so empresas prestadoras de servios e conforme Dreher, Tomio e Ulrich (2003), atravs do pagamento de dirias, oferece acomodao a uma vasta clientela de forma indiscriminada e subjetiva. J para Castelli (2001, p. 56) “uma empresa hoteleira pode ser entendida como sendo uma organizao que, mediante o pagamento de dirias, oferece alojamento clientela indiscriminada”. A rede hoteleira no Brasil cresce constantemente, como pode ser visto alguns dados na Tabela 1. A rede hoteleira no Brasil possui os mais diversos segmentos, dividindo-se em pousadas, hotis das mais variadas estrelas, albergues e os Resorts. Os Resorts so hotis que oferecem os mais variados tipos de servios, sem que o cliente precise se deslocar. Nas suas instalaes podemos encontrar alimentao, lojas de convenincias, academia, sauna, salo para conferncia, locais para realizao de shows e eios inclusos. Tabela 1 – Evoluo do Nmero de Hotis no Brasil 1992 - 2002 Fonte: (HIA, 2005). A rede hoteleira do municpio de Camocim formada por hotis e pousadas com preos variados. Dentre os hotis destaca-se o Resort Vale da Felicidade, considerados um dos maiores resorts do Brasil, oferecendo grande comodidade, variados preos e atingindo os mais diferentes pblicos. Considerado o maior investimento da oferta turstica camocinense, o resort causou um impacto considervel na cultura e no ambiente litorneo, visto que intensificou a presena de estrangeiros em Camocim e modificou aquela paisagem com tamanha construo, incompatveis com as demais j existentes, afirmam Souza e Assis (2007, p. 06). Os diversos servios oferecidos pelo Resort contribuem para que o cliente possa se sentir mais confortvel, alm de incentiv-lo a permanecer por mais tempo, ou at mesmo a retornar a cidade por mais vezes. Vale ressaltar que o retorno do cliente a cidade visitada est principalmente atrelado a qualidade do servio ofertado. Alm das mais variadas ofertas de servios, o resort tambm trouxe a Camocim uma nova dinmica turstica. “Compreender as necessidades e os desejos dos clientes nem sempre uma tarefa fcil. Alguns consumidores tm necessidades das quais no tm plena conscincia. Ou no conseguem articular essas necessidades. Ou ento empregam palavras que exigem alguma interpretao” (KOTLER, 2000, p.43) Metodologia 472r6yEsse trabalho caracteriza-se como uma pesquisa do tipo bibliogrfica e descritiva, utilizando-se uma abordagem quantitativa sobre a satisfao do turista levando em considerao um Resortlocalizado no municpio de Camocim/CE-BR. A pesquisa bibliogrfica, para Gil (2002) desenvolvida a partir de material j elaborado constitudo por livros e artigos cientficos. J a pesquisa descritiva “tem como objetivo a descrio das caractersticas de determinada populao ou fenmeno, bem como o estabelecimento de relaes entre variveis e fatos”, afirma Martins (2000, p.28). De cunho quantitativa a pesquisa buscou compreender os tipos de turistas que tornaram-se clientes, quanto ao seu nvel de satisfao em relao aos servios e produtos oferecidos pelo resort para melhor comodidade de sua clientela. Para Oliveira (2000), a pesquisa pode possuir uma abordagem quantitativa quando quantifica, dados, opinies nas formas de coleta de informaes com o emprego de recursos e tcnicas estatsticas, e possui pretenso de quantificar estes dados atravs de numerao, medir unidades ou categorias homogneas. A utilizao do estudo de caso, baseia-se na afirmao de Yin (2005, p.28), “a utilizao do estudo de caso torna-se adequada quando se pretende investigar o como e o porqu de um conjunto de eventos contemporneos.” J Martinelli (1999 p.46) o estudo de caso “ usado quando se deseja analisar situaes concretas, nas suas particularidades”. Neste caso a populao era composta de 60 turistas escolhidos aleatoriamente e por ibilidade no perodo de alta estao (final de dezembro de 2010 e incio de janeiro de 2011) turstica no municpio de Camocim/CE, que tenham permanecido pelo menos por 24 horas no Resort. O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionrio com 44 perguntas fechadas. Para viabilizar a aplicao, num primeiro momento, entrou-se em contato com a direo do Resort solicitando autorizao para entrada e aplicao dos questionrios com os hspedes. Posteriormente os participantes eram abordados na rea de lazer do resort e convidados a participar da pesquisa. A anlise de dados foi realizada a partir do Microsoft Excel2007 de forma a permitir a leitura dos resultados encontrados. Resultados e discusses h4e38Em busca de resultados satisfatrios, relevantes aos objetivos expostos por esta pesquisa, foram descritos em forma de tabelas e figuras os resultados obtidos. Os referentes dados aqui expostos condizem com a pesquisa de cunho quantitativa, baseada no comportamento do consumidor na cidade de Camocim/CE, local no qual foram aplicados os questionrios na rede hoteleira, ou seja, no Resort Vale da Felicidade, hotel quatro estrelas, o qual oferece vrios servios de alta qualidade e custos elevados se comparados a outros hotis e pousadas da cidade. Os dados da Tabela 2 demonstram que os clientes do Resort Vale da Felicidade no municpio de Camocim esto satisfeitos com os principais servios oferecidos pelo hotel, tendo em vista que no questionrio que foi aplicado e constitudo por opes de respostas como muito insatisfeito, insatisfeito, pouco satisfeito, satisfeito, muito satisfeito, supera as expectativas e no sei avaliar, as respostas obtidas demonstram esta satisfao. Pode-se observar que os cinco itens que obtiveram percentual de satisfao mais elevado foram: quarto 84% muito satisfeito; cama 80% muito satisfeito; check-in 68% muito satisfeito e 10% superam as expectativas; banheiro 78% muito satisfeito e variedade do caf da manh 70% muito satisfeito. Kotler (1998, p. 53) acredita que a “satisfao o sentimento de prazer ou de desapontamento resultante da comparao do desempenho esperado pelo produto (ou resultado) em relao s expectativas da pessoa". Tabela 2: Satisfao quanto ao Resort Fonte: Dados da pesquisa, 2011. Os resultados apontados pela pesquisa em relao ao comportamento do consumidor em funo dos servios ofertados pelo Resort Vale da Felicidade demonstraram, de acordo com a Tabela 2, 100% de satisfao com relao aos principais aspectos referentes a estadia no resort. Paralelamente a este resultado observou-se que 85% dos entrevistados possuem uma imagem positiva ou muito positiva em relao ao empreendimento e 90% afirmaram que voltariam ao Resort em um futuro prximo. Tabela 3: Satisfao com os produtos e servios Fonte: Dados da pesquisa, 2011. Quanto satisfao com os produtos e servios recebidos, os turistas fizeram as seguintes consideraes em relao ao preo como mostra a Tabela 3, 56% perceberam as dirias caras, 54% acharam os preos da alimentao, 53% os preos das bebidas e 40% os preos dos produtos da loja de convenincia como justo. Neste sentido, percebe-se que de forma geral o valor percebido pelos consumidores em relao ao servio recebido foi satisfatria, fato este, que de acordo com Congro (2005) influenciam a deciso de compras futuras. A satisfao, propiciada por um produto, servio ou sentimento funo direta do desempenho percebido e das expectativas. Se o desempenho ficar distante das expectativas, o cliente ficar insatisfeito. Se atender s suas expectativas, ficar satisfeito. Se exceder s expectativas ficar altamente satisfeito ou encantado (KUAZAQUI, 2000). Tabela 4: Perfil dos turistas Fonte: Dados da Pesquisa Referente ao perfil dos turistas verificou-se, conforme a Tabela 4 que 76% possuem nvel superior de escolaridade, 78% possuem uma renda superior a R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). Em torno de 92% dos clientes entrevistados, viajaram acompanhados principalmente pela famlia, a maioria, 60% so do sexo masculino. A Figura 2 revela a percepo dos turistas em relao a imagem do Resort, sendo que 35% tem uma imagem positiva do hotel, 50% muito positiva e 15% dos entrevistados responderam nem positiva, nem negativa.
Figura 2: Qual a sua impresso geral: imagem do resort Sobre imagem do municpio de Camocim, a Figura 3, apresenta que 53% tem uma imagem muito positiva, j 38% tem uma imagem positiva e 19% tem uma imagem nem positiva nem negativa do municpio. Figura 3: Qual a sua impresso geral: Imagem de Camocim Para Kotler et al (2006, p.71), um destino turstico pode ter diversas situaes relacionadas imagem a imagem de um lugar pode ser: - excessivamente atraente: atrai pblicos em demasia, sem ter a condio de atender suas demandas; - positiva: o lugar bem visto por seus pblicos; - fraca: no clara a imagem do lugar, no h evidncia de aspectos relativos ao lugar; - contraditria: coexistem aspectos negativos e positivos sobre o mesmo lugar; - negativa: a imagem vinculada a aspectos negativos. Sobre a inteno de voltar ao municpio e ou ao resort, 55% dos entrevistados responderam que provavelmente voltariam sim ao resort, 35% responderam que definitivamente sim e 10% responderam que talvez sim, talvez no voltariam a cidade, como demonstrado na Figura 4. Figura 4: Como define sua inteno de voltar ao Resort Vale da Felicidade no futuro prximo Referente ao local de origem (deslocamento), como demonstrado na Figura 5, 20% dos hspedes vem de Fortaleza/CE, 30% de Teresina/PI, 25% do estado do Maranho, 6% de Braslia/DF, 3% do estado de So Paulo, 2% de Florianpolis/SC, 2% de Manaus/AM, 2% do Rio de Janeiro/RJ e 10% da Itlia. Apesar de Souza e Assis (2007) relatarem a intensificao de turistas estrangeiros em Camocim, os resultados dessa pesquisa demonstrou que h um predomnio de turistas brasileiros (90%) em relao aos estrangeiros (10%). Figura 5: Quanto a localizao dos entrevistados Ainda quanto a localizao de origem dos hspedes, destaca-se que os dados obtidos por meio da aplicao dos questionrios, referem-se uma determinada semana, sendo que, em outras semanas estavam sendo esperados mais hspedes e de outras localidades. A faixa etria dos hspedes, como mostra a Figura 6, possui uma grande variao, sendo que 26% esto entre 20 e 29 anos, 42% possuem entre 40 a 49 anos, 20% entre 50 a 59 anos e 12% possuem entre 60 a 69 anos de idade. Figura 6: Quanto a faixa etria dos entrevistados De acordo com a figura 7, apenas 32% dos entrevistados tiveram sua viagem programada por uma agncia especializada e 68% viajaram por conta prpria procurando referncias sobre a cidade. Figura 7: Viagem programa por uma agncia de viagens O tempo de permanncia na cidade, de acordo com a Figura 8, m ostra que 20% dos hspedes ficam de 1 a 3 dias, 56% ficam de 4 a 6 dias e 24% permanecem entre 7 a 9 dias na cidade. A partir desses resultados encontrados nesta pesquisa observou-se que os mesmos corroboram com os resultados apresentados nos trabalhos de Congro (2005), uma vez que demonstram que a satisfao do cliente influencia diretamente na inteno de retorno ao destino turstico. Figura 8: Tempo de permanncia Consideraes finais 5h2o1qA atividade turstica no Brasil de modo geral, traz diversos contextos em relao ao comportamento do consumidor atravs de servios e produtos ofertados pelos hotis, satisfazendo ainda mais as exigncias dos clientes, onde buscam em suas viagens qualidade de vida e bem estar social. Com os resultados obtidos, observou-se o quanto satisfao do cliente importante para que ele retorne ao local de escolha para suas frias e sejam quais foram suas formas para a escolha de um destino turstico. Como resultados concretos apresentou-se o grau de satisfao do cliente em relao a imagem tanto do local de destino da viagem quanto a escolha do hotel para hospedagem, destacou-se neste sentido a Figura 4, na qual observa-se que os clientes entrevistados afirmaram voltar ao local escolhido. Levando-se em considerao o retorno do cliente a cidade, destacou-se a satisfao do mesmo em relao aos servios e produtos ofertados pelo Resort Vale da Felicidade, trazendo maior comodidade e conforto ao visitante. Dentro deste contexto destacaremos o quanto a qualidade de produtos e servios pode agradar clientes dos mais variados tipos (classes sociais, idades, raa, nacionalidade, etc.), fazendo com que melhore alm do crescimento econmico a satisfao e o retorno do cliente ao destino de frias escolhido. Nesse sentido os resultados obtidos com este trabalho so relevantes e proporcionam informaes importantes sobre o a satisfao dos clientes em relao ao Resort Vale da Felicidade e o municpio de Camocim, na medida que demonstra a inteno das pessoas em voltarem ao resort e a cidade, fato este que configura ainda mais o municpio como destino turstico. Referncias 4n26zANDRADE, Jos Vicente de. (1997). Turismo: dimenses e fundamentos. So Paulo: tica. BLACKWEL, J. F.; MINIARD, P. W.; ENGEL, R. D. (2008). Comportamento do Consumidor. So Paulo: Editora Cengage Learning. CONGRO, C.R. (2005). Anlise do perfil e da satisfao dos turistas da cidade de Corumb (MS) visando a adequao dos empreendimentos tursticos da regio. Dissertao de mestrado. Universidade do Vale do Itaja. Disponvel em: <https://www.univali.br>. Busca em 20 de setembro de 2010. CRUZ, C.; MEDEIROS J. (2010). Comportamento do consumidor: fatores que influenciam no processo de deciso de compra dos consumidores. Disponvel:<www.upf.br>. 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1 Universidade de Taubat e Cooperativa de Turismo do Litoral Norte Paulista, Brasil, [email protected] |
Vol. 34 (7) 2013
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