Espacios. Vol. 33 (11) 2012. Pg. 9 4e1q6e |
Inovao tecnolgica como forma de desenvolvimento sustentvel no setor de saneamento ambiental 3hx64Technological innovation as means of sustainable development in the sector of environmental sanitation 218sKatiuscia Schiemer Vargas 1, Janaina Mortari Schiavini 2, Janaina Schiemer da Rosa Schreiner 3, Gilnei Luiz de Moura 4 y Flvia Luciane Scherer 5 Recibido: 04-03-2012 - Aprobado: 23-06-2012 |
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RESUMO: |
ABSTRACT: |
1. Introduo 563dvO processo de globalizao e o incremento competitivo dele decorrente configuram-se em importantes pilares que impulsionam e estimulam uma nova configurao organizacional, em que se deve pensar e investir em estratgias que proporcionem a manuteno e o crescimento sustentveis. Essa realidade refora a idia de que a razo do porque as organizaes obtm sucesso ou fracassam deve ser uma das questes centrais da estratgia (PORTER, 1991), i.e., pela percepo porteriana de quase trs dcadas atrs, tem-se que a criao e explorao de vantagens competitivas so fundamentais para o sucesso organizacional. Portanto, em mercados normais, a concorrncia conduz a melhorias inexorveis em termos de qualidade e de custo (PORTER; TEISBERG, 2006, p. 3), tornando-se a inovao normal e preponderante ao cotidiano das organizaes neste princpio de milnio. Em outras palavras, o desenvolvimento da tecnologia um dos determinantes decisivos da competitividade empresarial, ou seja, a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de uma organizao pode levar a uma vantagem competitiva, seja em termos de custos, seja em termos de diferenciao ou de enfoque (PORTER, 1985), uma vez que pela inovao constante em seus processos de gesto, pode manter seus posicionamentos nos setores onde atua e, na medida do possvel superar a gama de concorrentes novos que emergem continuamente. De acordo com o Department of Trade and Industry (DTI), rgo pblico responsvel pelas reas de comrcio, negcios, empregos, consumo, cincia e energia e globalizao do Reino Unido, R&D pode ser considerado como qualquer projeto para solucionar incertezas cientficas ou tecnolgicas para alcanar um avano – criao ou melhora de produto, processo ou servios – em cincia ou tecnologia (DTI, 2006). Todavia, a inovao , geralmente, considerada como a mais importante contribuio para a degradao do meio ambiente, em funo da sua associao com o aumento do crescimento econmico e de consumo (BESSAND e TIDD, 2009). Por outro lado, Bessand e Tidd (2009) alertam que a inovao pode e deve ser parte considervel de qualquer soluo possvel para muitas questes ambientais, e.g., produtos mais limpos, processos mais eficientes, tecnologias alternativas, novos servios e inovaes sistmicas. Dessa forma, a crescente preocupao com o ambiente trata-se de outro importante pilar que se agrega globalizao e o seu incremento competitivo, configurando-se dessa forma em um difcil caleidoscpio, onde se tenta ao mesmo tempo equilibrar a busca de vendas e os lucros com o uso correto e preservao do ambiente e as geraes atuais e futuras, em uma espcie de jogo ganha-ganha, onde tanto as empresas, quanto o ambiente podem ganhar. Neste contexto, essa preocupao ambiental pode ser percebida como um incentivo e motivao para a inovao, para a explorao de novas oportunidades de mercado e para uma nova forma de gerao de riquezas (PEATTIE e CHARTER, 1997; BESSAND e TIDD, 2009). Nesta nova arena de decises, tem-se por um lado, nas percepes de Roussel, Saad e Bohlin (1991) e de Bone e Saxon (2000) que mister a integrao das estratgias de inovao com as tecnologias e estratgias de negcios da organizao (KOKUBO, 1992). Por outro lado, tem-se que o mercado atual marcado pela existncia de um forte sistema regulatrio que influencia e influenciado por mudanas tecnolgicas, visando a atender a demandas cada vez maiores relacionadas ao desenvolvimento sustentvel. Portanto, voltar-se para o desenvolvimento sustentvel significa desenvolver prticas e estratgias no mbito organizacional, que sejam economicamente viveis e minimamente impactantes ao ambiente, e que contribuam para o desenvolvimento social da regio e do pas onde atuam, considerando as geraes atuais e vindouras (FRIEDMAN, 1970; OTTMAN, 1994; POLONSKY, 1995; ELKINGTON, 1997; SIMINTIRAS, SCHLEGELMILCH e DIAMANTOPOULOS, 1997; ALMEIDA, 2002, 2007; CHAMORRO, 2003; BVERSTAM e LARSSON, 2009). Considerando-se que a configurao supracitada atinge e influencia qualquer tipo de organizao, independente de seu tamanho e configurao, seja no setor primrio, secundrio ou tercirio, seja na rea privada, pblica ou de ONGs, este artigo tem por propsito central verificar como uma pequena empresa gerencia suas inovaes tecnolgicas orientadas para o desenvolvimento sustentvel, mais especificamente busca-se identificar os aspectos motivadores para o desenvolvimento de uma inovao tecnolgica orientada para a sustentabilidade e a percepo de seus clientes acerca dos benefcios sustentveis desta inovao. Para tanto, escolheu-se o setor de saneamento ambiental brasileiro como pano de fundo deste trabalho, no apenas pelos investimentos em produtos e servios alinhados com as preocupaes ambientais, mas principalmente pelos progressos que vem apresentando no desenvolvimento e implantao de inovaes tecnolgicas orientadas para a sustentabilidade. A metodologia adotada consiste em estudo de caso, em que o objeto de investigao a Lics Super gua, empresa localizada na Linha Cristal - Distrito Industrial no municpio de Selbach, Rio Grande do Sul, que atua no desenvolvimento e comrcio de produtos e servios para saneamento ambiental. Deste modo, o artigo estrutura-se em seis partes: (i) a introduo; (ii e iii) o referencial terico, que abrange conceitos atinentes contextualizao sobre inovao tecnolgica, desenvolvimento sustentvel e saneamento ambiental; (iv) o mtodo de pesquisa; (v) o estudo de caso; e (vi) as consideraes finais. 2. Desenvolvimento Sustentvel 4i304oO conceito de desenvolvimento sustentvel surge em meio a controvrsias importantes sobre a relao entre crescimento econmico, da sociedade e do meio ambiente. As discusses acerca do conceito, a amplitude de aplicao e a viabilidade operacional de aes sociais relacionadas ao desenvolvimento sustentvel vm tomando espao crescente principalmente em pautas acadmicas e polticas, tanto nos mbitos nacionais, quanto internacionais. O termo desenvolvimento sustentvel surgiu em 1981 sendo consagrado em 1987 pela Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Comisso Brundtland, onde foi produzido um relatrio considerado bsico para a definio desta noo e dos princpios que lhe do fundamento. De acordo como Relatrio Brundtland, [...] desenvolvimento sustentvel um processo de transformao no qual a explorao dos recursos, a direo dos investimentos, a orientao do desenvolvimento tecnolgico e a mudana institucional se harmonizam e refora o potencial presente e futuro, a fim de atender s necessidades e aspiraes futuras [...] aquele que atende s necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as geraes futuras atenderem as suas prprias necessidades (IBGE, 2010). Para Steurer et al. (2005), o desenvolvimento sustentvel necessita da integrao entre as dimenses econmicas, sociais e ambientais em todas as esferas e nveis da sociedade, inclusive na corporativa. Em sua percepo, na linguagem gerencial, esta situao identificada como “triple bottom line” e implica na tripla otimizao com relao aos custos econmicos, sociais e ambientais dos produtos e das atividades produtivas. A Figura 1 mostra as relaes entre as trs dimenses do desenvolvimento sustentvel de acordo com a Organization for Economic Co-operation and Development - OECD (2001). Figura 1 - Interaes entre os fatores econmico, ambiental e social Fonte: Adaptado de OECD (2001, p. 37) As interaes das dimenses de acordo com as direes apontadas pela OECD (2001), conforme a Figura 1 podem ser de at seis formas: (i) Interao 1 - os recursos naturais e os custos econmicos da proteo do meio-ambiente; (ii) Interao 2 - as presses exercidas pelas atividades produtivas nos recursos naturais, investimento na proteo do meio ambiente, direitos de propriedade sobre os recursos naturais; (iii) Interao 3 - a importncia do meio-ambiente para o bem-estar do indivduo, riscos para a sade e a segurana em funo da degradao do meio-ambiente; (iv) Interao 4 - as presses exercidas pelo modo de consumo dos recursos naturais, conscincia dos cidados sobre problemas ambientais; (v) Interao 5 – a possibilidade de emprego e melhor qualidade de vida, redistribuio de renda, financiamento de programas de seguridade social, presses sobre os sistemas sociais e culturais; e (vi) Interao 6: o volume e qualidade da mo-de-obra, importncia das regulamentaes sociais para o funcionamento dos mercados. Mesmo que o modelo conceitual do triple bottom line (STEURER et al., 2005) seja o mais difundido entre acadmicos e gestores, e que sua aplicao e adequado entendimento sejam mais simples, existem outras dimenses j anteriormente consideradas por Sachs (2002), onde alerta que muitas vezes o termo desenvolvimento sustentvel utilizado para expressar apenas sustentabilidade ambiental, e tambm pode haver confuso entre os termos sustentabilidade e viabilidade econmica. Por essa razo, Sachs (2002) destaca que h outras dimenses a serem consideradas. O Quadro 01 apresenta os oito critrios de sustentabilidade definidos Sachs (2002). Quadro 1 - As oito dimenses da sustentabilidade
Fonte: Adaptado de Sachs (2002) De modo genrico, Zandon (2010, 54) afirma que
Verifique-se que Zandon (2010), quase duas dcadas aps a aluso de Serres (1991) sobre suas preocupaes com o ambiente, corrobora de certo modo suas constataes de que sem a menor dvida no apenas a natureza depende do ser humano, mas de forma mais intensa, o ser humano depende desse “[...] sistema atmosfrico mvel, inconstante mas muito estvel, determinstico e estocstico, com alguns semiperodos cujos ritmos e tempos de resposta variam de modo colossal” (SERRES, 1991, p.39). 3. Inovao Tecnolgica 4s5viUm dos determinantes decisivos da competitividade o desenvolvimento da tecnologia, uma vez que pela inovao constante em seus processos de gesto pode manter seus posicionamentos nos setores onde atua e, na medida do possvel superar a gama de concorrentes novos que emergem continuamente (PORTER, 1992). Barney e Hesterly (2007, p.74) de certo modo fomentam essa concepo por meio do modelo RBV (Resource-Based View of the Firm) em que apresentam o framework VRIO (Value -Rarity - Imitability - Organization). Nesse modelo, diferentemente de Porter (1992), consideram que a vantagem competitiva da empresa pode ser alicerada sobre alguns recursos (financeiros, fsicos, humanos e/ou organizacionais) diferenciados e nicos que ela dispe, i.e., so recursos da empresa e no da cadeia ou indstria a que pertencem. Portanto, a inovao pode trabalhar essas particularidades (Value e Rarity), protegendo os produtos e servios da empresa da cpia pela concorrncia (Imitability - costly-to-imitate), por meio de polticas e procedimentos por ela desenvolvidos (Organization). Ao discorrer sobre o vocbulo ‘inovao’, o Manual de Oslo de 1997 apresenta diferena entre ‘inovao do produto’ e ‘inovao do processo de produo’, por meio da definio do TPP – Technological Product and Process innovation (CHEN e WU, 2006, p. 198). Concomitantemente, a inovao reconhecida h muito tempo como uma das principais foras que ajustam o mercado e moldam as estratgias para as vantagens competitivas (RADAS, 2005; STEWART e FENN, 2006). Na dcada de 30, a definio de inovao em seus primrdios j mencionava que “[...] produzir significa combinar materiais e foras [...] produzir outras coisas, ou as mesmas coisas com mtodo diferente, significa combinar diferentemente esses materiais e foras” (SCHUMPETER, 1997, p. 76), em outras palavras, esse processo de “novas combinaes”, as quais so suscetveis a certas mudanas e, surgindo descontinuamente, podem levar ao desenvolvimento econmico. Schumpeter por esse conceito talvez seja um dos precursores da discusso sobre a inovao (novas combinaes). As “novas combinaes” schumpeterianas apresentam-se em cinco casos: 1. introduo de um novo bem; 2. introduo de um novo mtodo de produo; 3. abertura de um novo mercado; 4. conquista de uma nova fonte de oferta de matrias-primas ou bens semimanufaturados e 5. aparecimento de uma nova estrutura de organizao num setor. ado mais de meio sculo desse conceito, Sbragia et al. (2006, p. 50) e Andreassi (2007, p.11) apontam que “[...] a P&D no a nica fonte geradora de tecnologia empresarial”. Esses autores lembram a engenharia industrial, o design, a engenharia reversa e a imitao. Analogamente, guardadas as singularidades organizacionais e econmicas de cada poca, h certa semelhana entre as duas percepes. Pode se constatar tambm que a tecnologia no nem exgena, nem endgena organizao. (TIGRE, 2006) Wonglimpiyarat (2004) elaborou um conjunto dos vrios conceitos de inovao disponveis na literatura istrativa (Quadro 2), em que destaca o conjunto (3) onde o vocbulo inovao tido como um processo de transformao da tecnologia frente comercializao do novo produto/processo no mercado competitivo. Quadro 2 - Conceitos de inovao
Fonte: Adaptado de WONGLIMPIYARAT (2004, p. 230) De modo geral, as atividades de inovao tm trs grandes caractersticas. Primeiro, seus dispndios habitualmente so irreversveis. Segundo, os retornos futuros advindos de suas atividades freqentemente so incertos. E, terceiro, suas atividades podem resultar em externalidades positivas. (JOU e LEE, 2003). Partindo-se da tica de que a inovao de um negcio no apenas a inovao do produto, mas, sobretudo a inovao dos valores, segue-se que a inovao de um negcio pode ser dividida em quatro quadrantes: Produto, Cliente, Processo e Lugar (SAWHNEY, WOLCOTT e ARRONIZ, 2006). Em relao ao impacto gerado pela inovao, Dosi (1988) categoriza a inovao em dois tipos: inovao radical e inovao incremental. A inovao radical preconiza a introduo de um novo produto, processo ou formas organizacionais da produo, que pode causar uma ruptura estrutural com o padro tecnolgico vigente at ento, originado novas indstrias, setores e mercados, enquanto que as melhorias nos produtos, processos ou organizao da produo so classificadas como inovaes incrementais, pois no alteram a estrutura industrial. De modo anlogo, dependendo do nvel de tecnologia envolvido no produto ou processo, as inovaes tecnolgicas podem ser classificadas em quatro tipos (Figura 2): (i) baixa tecnologia; (ii) mdia tecnologia; (iii) alta tecnologia; e (iv) altssima tecnologia (SHETH, MITTAL e NEWMAN, 2001). Figura 2 - Nvel de tecnologia envolvido e tipos de inovaes tecnolgicas
Fonte: Adaptado de Sheth; Mittal e Newman (2001) Por fim, a inovao tecnolgica “[...] visa obter novos conceitos, definies e parmetros para serem desenvolvidos novos mtodos e tcnicas destinados obteno de novos produtos e processos.” (JUNG, 2004, p. 34) O critrio de sucesso da inovao tecnolgica mais mercadolgico do que tcnico, ou seja, uma inovao tecnolgica de sucesso aquela cujo resultado operacional obtido superior ao investimento requerido. (BURGELMAN et al., 2004). Nesse sentido, a tecnologia somente poder tornar-se um fator diferencial se for aceita pela alta istrao, se a estratgia tecnolgica estiver em sintonia com a estratgia global da organizao e se a P&D estiver integrada com as demais reas organizacionais (VASCONCELLOS, 2001). Em outras palavras, h necessidade de que as Core Technologies estejam de acordo com a estratgia global da organizao (RANSLEY e ROGERS, 1994). 3.1 Inovao Tecnolgica Orientada para o Desenvolvimento Sustentvel 4y3mrUma maneira de contribuir para o desenvolvimento sustentvel demonstrando que as empresas podem prosperar na medida em que contribuam para a prosperidade da sociedade por meio de da inovao, da criao de novos bens e servios capazes de que atender aos desafios atuais, e do atendimento a novos grupos de consumidores (Fischer, 2002). Hall e Vredenburg (2003) acreditam que as inovaes, para que estejam alinhadas com o desenvolvimento sustentvel, devem incorporar as restries trazidas pelas presses sociais e ambientais, assim como considerar as geraes futuras. Portanto, para que se produza com menor impacto no meio ambiente pela utilizao eficiente dos recursos naturais e pela minimizao dos resduos ps-consumo, a inovao tambm deve ser melhor compreendida no contexto social uma vez que as inovaes tecnolgicas desencadeiam as suas prprias necessidades (FELDMANN, 2003). A OECD (2001) afirma que, para permitir que a tecnologia e a inovao desempenhem o papel que lhes atribudo (de crescimento e desenvolvimento), necessrio em primeiro lugar compreender a natureza de seus efeitos. A tecnologia uma “faca de dois gumes” que pode produzir efeitos ao mesmo tempo positivos e negativos. Efeitos positivos so induzidos pelos conhecimentos novos, que se traduzem em melhorias da produtividade, as quais favorecem o crescimento e a melhoria do bem-estar. A utilizao de novos conhecimentos pode igualmente gerar efeitos ambientais e sociais negativos (degradao do meio-ambiente e perturbaes sociais). Por isso, muitas vezes a tecnologia e a inovao so vistas como nicas responsveis por numerosos efeitos ambientais e sociais negativos. Conseqentemente, esta viso de que a inovao prejudicial muitas vezes impediu que houvesse a pesquisa de meios de tornar os seus efeitos positivos tambm na dimenso scio-ambiental, em prol da sustentabilidade. 4. Mtodo de Pesquisa 3e503jEsta pesquisa trata de uma investigao acerca da contribuio da inovao tecnolgica para o desenvolvimento sustentvel. Neste sentido, o estudo caracteriza-se como de natureza qualitativa, que segundo Hair Jr. et al. (2006) oferece informaes aprofundadas sobre algumas caractersticas do objeto de anlise. As investigaes que se voltam para uma anlise qualitativa tm como objetivo situaes complexas ou estritamente particulares (RICHARDSON, 1999, p. 80). De acordo com seus objetivos a pesquisa caracteriza-se como exploratria, que conforme MALHOTRA (2001) tem como objetivo principal fornecer critrios sobre um problema ou uma situao e assim prover critrios e compreenso. E por fim, a pesquisa configura-se como um estudo de levantamento de informaes com caractersticas de um estudo de caso, que definido como estratgia de pesquisa quando se tem questes do tipo “como” e “porque”, quando se examina acontecimentos contemporneos no seu contexto de vida real, mas o pesquisador tem pouco ou mesmo nenhum controle sobre os eventos, ou seja, os limites entre o acontecimento e o contexto no esto claramente definidos (YIN, 2001). O mtodo adotado para coleta dos dados da primeira parte da pesquisa consiste de uma pesquisa bibliogrfica como instrumento de sumo valor para o decorrer da pesquisa que fornece e contribui com a teoria j existente sobre o referido assunto, a pesquisa bibliogrfica que se baseia em materiais publicados em livros, sites, artigos e publicaes de cunho cientfico, ou seja, em materiais veis ao pblico em geral. Portanto, nesta fase da pesquisa, sero utilizados dados secundrios que so definidos como dados coletados para uma finalidade diversa do problema em pauta e incluem informaes que j foram coletadas para outro problema (MALHOTRA, 2001). Parte-se ento para a segunda etapa da pesquisa, a etapa exploratria, que compreende a obteno de dados primrios obtidos oriundos da unidade de anlise. Para coleta dos dados primrios utilizou-se entrevista semi-estruturada visando identificar os aspectos motivadores do desenvolvimento da inovao tecnolgica orientada para a sustentabilidade, o Gutwasser, isto por parte do presidente da empresa; e ainda, a percepo dos clientes acerca dos benefcios da inovao tecnolgica para o desenvolvimento sustentvel. Foram entrevistados o presidente e cinco clientes da empresa que serviram como unidade de anlise. A seleo destes se deu por escolha intencional ou seleo racional (BARROS e LEHFELD, 2007), devido importncia econmica e social que os entrevistados representam para o setor a qual fazem parte. Por fim, a anlise dos dados coletados se deu por meio da tcnica de anlise de contedo proposta por Bardin (1977, p. 46) que a considera como a “manipulao de mensagens para evidenciar os indicadores que permitam inferir sobre uma realidade que no a mensagem”. Os dados foram analisados de acordo com os objetivos da pesquisa. 5. Caso: Lics Super gua 3j1p4xOs resultados esto apresentados conforme os objetivos da pesquisa, sendo assim, os mesmos compreendem questes relativas caracterizao da unidade de anlise e ao desenvolvimento da inovao tecnolgica orientada para a sustentabilidade ambiental, envolvendo os aspectos motivadores para o desenvolvimento desta inovao e a percepo dos clientes que investiram na sua aquisio. 5.1 Saneamento Ambiental 5k5u1nSaneamento ambiental o conjunto de aes socioeconmicas que tm por objetivo alcanar salubridade ambiental, por meio de abastecimento de gua potvel, coleta e disposio sanitria de resduos slidos, lquidos e gasosos, promoo da disciplina sanitria de uso do solo, drenagem urbana, controle de doenas transmissveis e demais servios e obras especializadas, com a finalidade de proteger e melhorar as condies de vida urbana e rural (FUNASA, 2006). Entende-se por salubridade ambiental o estado de higidez em que vive a populao urbana e rural, tanto no que se refere a sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrncia de endemias ou epidemias veiculada pelo meio ambiente, como no tocante ao seu potencial de promover o aperfeioamento de condies mesolgicas favorveis ao pleno gozo de sade e bem estar (FUNASA, 2006) Quando se fala em saneamento ambiental, uma das principais preocupaes em relao gua. Ainda que s 0,1% do esgoto de origem domstica seja constitudo de impurezas de natureza fsica, qumica e biolgica, e o restante seja gua, o contato com esses efluentes e a sua ingesto responsvel por cerca de 80% das doenas e 65% das internaes hospitalares (AMBIENTE BRASIL, 2011). gua de boa qualidade para o consumo humano e seu fornecimento contnuo assegura a reduo e controle de doenas como diarrias, clera, dengue, febre amarela, tracoma, hepatites, conjuntivites, poliomielite, escabioses, leptospirose, febre tifide, esquistossomose e malria. Os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilncia da qualidade da gua para consumo humano e seu padro de potabilidade so definidos pela Portaria n. 518, de 25 de maro de 2004 do Ministrio da Sade, que coloca que gua de qualidade obrigao do governo e direito de todos os cidados. A partir deste aporte terico, o presente estudo discute de que forma uma inovao tecnolgica orientada para a sustentabilidade desenvolvida por uma pequena empresa da cidade de Selbach, Rio Grande do Sul, pode contribuir para o desenvolvimento sustentvel da sua regio. Na prxima seo ser descrito o mtodo utilizado nesta pesquisa. 5.2 Caracterizao da unidade de anlise: a Lics Super gua 4c2h47Desde sua fundao, em 02 de janeiro de 2002, a Lics Super gua, localizada na Linha Cristal - Distrito Industrial no municpio de Selbach, Rio Grande do Sul, vem desenvolvendo tecnologias para o aprimoramento dos seus prprios equipamentos para oferecer maior segurana, praticidade operacional, reduo de custos de manuteno, melhoria no desempenho e resolutividade no tratamento microbiolgico de guao para consumo humano, atendendo aos padres estabelecidos pelo Ministrio da Sade. Atualmente, a maior empresa privada do sul do pas no setor de tratamento de gua e saneamento ambiental, possuindo um vasto portflio de produtos e servios e estrutura tcnica e operacional para atender com qualidade a demanda do mercado nacional, promovendo sade e qualidade de vida a milhares de pessoas, o que lhe d autonomia e prerrogativas de atuao no segmento. A Lics Super gua tem como diretriz de seu negcio “atuar no desenvolvimento e comrcio de produtos e servios para saneamento ambiental” e como misso “promover qualidade de vida ao ser humano e preservao da biodiversidade por meio de solues em saneamento ambiental”. Em seus princpios e valores a empresa enfatiza alm do respeito e honestidade, seriedade e profissionalismo, compromisso com a qualidade de vida do ser humano e o meio ambiente, dentre outros, a inovao e o empreendedorismo. Para isso, investe continuamente em novas tecnologias, aprimoramento dos processos e prticas de gesto da qualidade, desenvolvimento de novos produtos e capacitao de sua fora de trabalho, por meio de da transferncia de conhecimentos que so medidos por meio de planejado sistema de informaes gerenciais cotidianamente avaliadas pela direo. O setor industririo e agropecurio esto recebendo ateno especial na aplicao de tecnologia para desinfeco microbiolgica no tratamento de gua para dessedentao e sanidade animal bem como para higienizao dos processos produtivos da bovinocultura de corte, produo de leite, sunos e aves, em conformidade com as exigncias legais estabelecidas. Alm deste, a empresa atua no permetro urbano e comunidades do meio rural; rea de sade e hospitais; instituies de ensino (escolas e universidades);indstrias em geral (alimentos, frigorficos, laticnios e etc.); atividades agropecurias (gado de corte, produo de leite e lcteos, sunos e aves); esporte e lazer (tratamento de piscinas). Para a promoo da disciplina sanitria com a finalidade de proteger e melhorar as condies de vida urbana e rural, a empresa presta os servios de Tratamento Microbiolgico de gua, Tratamento da Dureza da gua, Outorga para o Direito de Uso de guas, Limpeza de Reservatrios, Laboratrio de Anlise da gua, dentre outros produtos e servios 6. Com os avanos em tecnologia e tratamento de gua, o foco da de produo e vendas da Lics Super gua, devido a tecnologia indita, o produto denominado Gutwasser, ilustrado na Figura 03, objeto de estudo desta pesquisa. O Gutwasser foi desenvolvido para resolver a escassez de gua potvel inclusive em situaes de desastres, emergncia e calamidades pblicas. Alm disso, o funcionamento mecnico do sistema, por meio do fluxo da prpria gua, no depende de energia eltrica e pode ser implantado em reas urbanas, rurais, unidades mveis, caminhes pipa e captao de difcil o. A Estao permite obter at 20 mil litros de gua tratada por hora, sendo prpria para o consumo humano, processos produtivos industriais, dessedentao e sanidade animal. Figura 3 Fonte: Disponvel em http://www.licssuperagua.com.br/ No ano de 2005 a empresa filiou-se ao Programa Gacho de Qualidade e Produtividade (PGQP) com o objetivo de aprimorar as prticas de gesto e incorporao de novos conceitos e disseminao de uma cultura voltada qualidade. Em 2007, participando pela primeira vez, a empresa foi finalista do prmio MPE Brasil – Prmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas - que busca reconhecer boas prticas de gesto e dissemin-las para outras empresas e em 2008, pelo segundo ano consecutivo, dentre as 9.125 inscritas no estado do Rio Grande do Sul, classificou-se entre as 18 melhores empresas que se destacaram pelo comportamento empreendedor, inovao tecnolgica, mtodo de gesto, planejamento estratgicos, desenvolvimento de pessoas e resultados financeiros. A partir dos investimentos e empenho da empresa em conquistar cada vez mais o mercado, no ano de 2008, a empresa conquistou a Certificao da NBR ISO 9001:2008, tendo como rgo certificador a BSI Brasil, reafirmando seu compromisso com a qualidade, o desenvolvimento econmico, reconhecimento social e contribuio na preservao ambiental. No ano de 2009 a empresa conquistou a 2 classificao dentre 44 organizaes recomendadas com seus projetos de inovao tecnolgica, num universo de 494 empresas inscritas em mbito nacional. O projeto premiado consiste numa “Compacta e simplificada disposio construtiva automatizada e termodinmica em estao para tratamento de gua captada para consumo humano diverso”, com a finalidade especfica de atender as mais variadas situaes e necessidades para tratamento microbiolgico de gua. O reconhecimento do projeto por rgos cientficos e tcnicos vinculados ao governo abre oportunidades de significativos avanos em tecnologia de vanguarda com prospeco do novo produto ao mercado nacional e internacional. O Projeto apoiado pelo SEBRAE por meio de da Chamada Pblica Inova Pequena Empresa RS FINEP/PAPPE Subveno n 01/2009. 5.3 Aspectos motivadores para o desenvolvimento da inovao tecnolgica orientada para o desenvolvimento sustentvel 5f3n64A fim de compreender e posteriormente discutir de que forma a inovao tecnolgica desenvolvida pela empresa, Lics Super gua pode contribuir para o desenvolvimento sustentvel, iniciou-se indagando ao entrevistado se a inovao um dos valores que norteiam a empresa desde que a mesma iniciou suas atividades. Apontou-se ento, que a inovao e o empreendedorismo fazem parte dos princpios da organizao e que os resultados benficos que a inovao est proporcionando empresa e sociedade estimula a mesma a continuar inovando. Quando a Lics Super gua iniciou suas atividades, mesmo possuindo uma viso abrangente das dificuldades e adversidades do mercado em que atua, no vislumbrava focar em produtos inovadores, a perspectiva era desenvolver atividades atuando no setor de saneamento ambiental que fizessem uso das tecnologias j disponveis no mercado. No entanto ao deparar-se com a realidade do mercado, percebeu-se havia uma oportunidade, oriunda de necessidades no atendidas dos clientes da empresa. Diante disto, tem-se como aspecto motivador do desenvolvimento da inovao tecnolgica orientada para a sustentabilidade a ausncia de tecnologia para o tratamento de gua, suprindo as necessidades dos clientes que a Lics Super gua pretendia atender. Foi ento que, segundo o presidente da empresa, mediante tal motivao, a empresa projetou suas expectativas e experincias adquiridas ao longo do seu exerccio para desenvolver um produto sem precedentes quanto sua funcionalidade, praticidade e segurana, que fosse exclusivo e indito, que pudesse ser aplicado nas mais diversas e adversas situaes e, sobretudo proporcionasse melhoria na qualidade de vida por meio de do tratamento microbiolgico de gua de consumidores em condies desfavorecidas em termos de saneamento bsico. O produto em questo o Gutwasser, que veio a ser premiado pela FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos - como a 2 maior inovao tecnolgica do pas. Acerca disto, o presidente da empresa ressalta:
O Gutwasser feito de material durvel e de longa vida til, totalmente reciclvel e anti-corrosivo, incluindo proteo contra intempries e a os indesejados que dispensa qualquer tipo de construo civil. O produto no utiliza energia eltrica, de operao simplificada e segura com utilizao de insumos orgnicos que no geram resduos, atendendo assim, as dificuldades operacionais e funcionais de sistemas de abastecimento de gua para cidades, condomnios residenciais, indstrias, agroindstrias, comunidades rurais, reas indgenas e demais atividades e empreendimentos que necessitam de qualidade da gua para desempenho das suas atividades. Para o presidente da empresa, as caractersticas de fabricao e uso do Gutwasser fazem-no um produto ecologicamente correto e que contribui para o desenvolvimento sustentvel na medida em que integra dimenses econmicas, sociais e ambientais. Neste caso, a Lics Super gua, contribui para o desenvolvimento sustentvel da regio em que atua, a partir do momento que o uso do produto inovador proporciona a curto e mdio prazo ganhos produtivos devido a maior segurana com a utilizao de gua tratada para todos os fins de usos bem como para industrializao de produtos, melhoria da qualidade de vida das pessoas e contribuio ambiental pela maior conscincia ecolgica decorrente. Acerca da contribuio da inovao tecnolgica para o desenvolvimento sustentvel da regio, o presidente enfatiza que esta notvel considerando a realidade dos 476 municpios do estado do Rio Grande do Sul, sendo que destes um tero na rea urbana e a maioria das comunidades e famlias do meio rural no tem o a tratamento de gua para consumo. Estas pessoas esto mais sujeitas a serem acometidas por doenas que poderiam ser evitadas caso tivessem gua tratada, diferentemente das beneficiadas pela inovao tecnolgica orientada para a sustentabilidade desenvolvida pela Lics Super gua. A inovao tecnolgica desenvolvida promove a potabilizao da gua para consumos diversos, reduzindo drasticamente as doenas de veiculao hdrica que afetam o ser humano, gastos com aes curativas em internaes hospitalares e medicamentos, contribuindo para a reserva de recursos financeiros da rea da sade que podem ser aplicados em outras aes sociais bsicas sadia qualidade de vida das pessoas. Por ser um produto fabricado com materiais 100% reciclveis no ter qualquer resduo slido lanado no meio ambiente, no afetando as condies atmosfricas, gua e solo. Sendo assim, a conscincia ecolgica orientada para e desenvolvimento de produtos ecologicamente corretos e a sadia qualidade de vida da populao da regio, conforme discurso do entrevistado “reserva em si energia para produzir e se desenvolver economicamente, rendendo ganhos para sua famlia, comunidade e regio, estado e para o pas como um todo”. O o a condies sanitrias adequadas especialmente gua de qualidade nos centros sociais – urbanos e rurais, em particular as famlias do campo, far com que sua permanncia seja mantida no convvio em comunidade e possam manter suas atividades agrcolas produtivas e contribuam assim para a reduo do xodo para as cidades. As perspectivas da empresa ao desenvolver o produto no s refletem o empreendedorismo, a partir do momento que identifica uma oportunidade no mercado e a explora, como tambm o foco no desenvolvimento sustentvel, j que a inovao desenvolvida abarca questes sociais, culturais, ecolgicas, ambiental, econmicas e tambm polticas. 5.4 Percepes dos clientes sobre os benefcios da inovao tecnolgica orientada ao desenvolvimento sustentvel 593s5cQuando indagado aos clientes a respeito dos motivos que os levaram a investir no produto inovador no tratamento de gua, o Gutwasser, todos citaram a busca pela melhoria na qualidade do leite e da gua para o consumo humano e animal e complementam que os resultados foram alm de suas expectativas, oferecendo eles melhoria na sua prpria qualidade de vida, como relata uma cliente:“a gua parece que fica mais gostosa e minhas mos no racham mais” O produto utilizado pelos produtores da regio, como forma de tratamento da gua utilizada durante a ordenha, lhes trouxe resultados e benefcios econmicos tambm, j que segundo um dos clientes entrevistados, por meio de da ao de desinfeco microbiolgica da gua utilizada nos processos produtivos do leite, o leite das propriedades rurais da regio ou a ser mais valorizado devido sua boa qualidade, como relata um deles: “logo no primeiro ms de uso do Gutwasser, as anlises de contagem bacteriana reduziram de 840 para 22 mil e isso valoriza muito o leite que produzido na propriedade”. Os clientes entrevistados deixaram claro sua satisfao com o produto, com os benefcios que o mesmo proporciona suas famlias, comunidade e ao meio ambiente e tambm com a empresa, que presta os servios de assistncia. Quanto aos benefcios sustentveis do Gutwasser, os clientes acreditam que estes existem sim e que vo desde a no ocorrncia de acmulo de gua parada em desnveis do solo onde os animais acabavam bebendo e s vezes contaminando-se com produtos da lavoura, at o fato de no deixar resduos e a no utilizao da energia eltrica, o que por si s j torna a inovao orientada para a sustentabilidade. Tais constataes mostram a abrangncia da inovao tecnolgica desenvolvida e sua relao com a sustentabilidade, haja vista que abrange questes ambientais, econmicas e sociais. As melhorias ambientais referem-se a toda questo ecolgica do produto, que alm de ser feito de material totalmente reciclado, no deixa resduos, no utiliza energia eltrica proporcionando assim melhores resultados aos negcios de seus clientes. Com o acmulo de gua nos desnveis do solo, os animais poderiam beber gua contaminada com os produtos da lavoura, diminuindo assim a qualidade do leite produzido e conseqentemente o rendimento e os lucros das famlias produtoras. Economicamente ento, com a utilizao do Gutwasser e a melhoria da qualidade de seus produtos, os clientes ganham por meio do aumento de sua produo e venda, j que com um produto de mais qualidade e confiabilidade h mais procura e, por conseguinte, um lucro maior. Para a sociedade, os benefcios vo desde a melhoria na qualidade de vida da comunidade, o crescimento dos negcios da mesma que por sua vez refletem na economia local e sob um mbito maior, a contribuio ambiental. 6. Consideraes Finais 4z6y2A presente pesquisa, que apresentou como objetivo discutir de que forma a inovao tecnolgica pode contribuir para o desenvolvimento sustentvel da regio em que atua, baseou sua relevncia na importncia das organizaes considerarem as prticas sustentveis em suas aes e perspectivas, haja vista, os possveis impactos que as mesmas podem ocasionar no meio ambiente e o que pode significar o investimento em prticas deste mbito no desenvolvimento de uma comunidade ou regio. Assim, por meio de da efetuao das entrevistas foi possvel identificar a significncia das prticas inovadoras orientadas para o desenvolvimento sustentvel, j que a inovao desenvolvida pela unidade de anlise trouxe benefcios para toda a comunidade regional, no que diz respeito a melhorias a qualidade de vida, maiores oportunidades de crescimento para as empresas locais, incluindo principalmente as propriedades rurais que aram a oferecer produtos de melhor qualidade ao mercado, crescimento econmico com os maiores lucros das empresas locais e, sobretudo, benefcios ambientais devido s caractersticas ecologicamente corretas do produto. O comprometimento da empresa com o desenvolvimento de uma estratgia de produtos em conformidade com o desenvolvimento sustentvel evidenciado pela obteno das diversas certificaes, seguindo a tendncia mundial de demanda por produtos sustentveis. Percebe-se que questo socioambiental faz parte da estratgia tecnolgica da empresa, levando em considerao os interesses institucionais e dos grupos de interesse envolvidos. As informaes obtidas evidenciam que o sucesso da competitividade da empresa est baseado no oferecimento de solues tecnolgicas inovadoras, comprometidas com o desenvolvimento sustentvel. 7. Referncias 4c3m6lALMEIDA, F. O bom negcio da sustentabilidade. 1 Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. ALMEIDA, F. Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. ANDREASSI, T. Gesto da inovao tecnolgica. So Paulo: Thomson Learning, 2007. AMBIENTE BRASIL. Saneamento Ambiental. Disponvel em: <http://revistaespacios.noticiasdaparaiba.com/saneamento/definicoes/saneamento_ambiental.html> o em: 24 de agosto de 2011. BARDIN, L. Anlise de contedo. Lisboa: Edies 70, 1977. BARNEY, J. B; HESTERLY, W. Strategic management competitive advantage: concepts and cases. 2nd Ed. 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