Espacios. Vol. 33 (11) 2012. Pg. 2 2y1x1w


O papel do consrcio de exportao na aquisio de inovao e os impactos na performance exportadora das empresas integrantes 4w84e

The role of export consortium in the acquisition and the impact of innovation on export performance of companies 6j3f71

Aletia de Moura Carpes 1, Flavia Luciane Scherer 2 y Thiago Antonio Beuron 3

Recibido: 13-03-2012 - Aprobado: 15-06-2012


Contenido 293v5k

Gracias a sus donaciones esta pgina seguir siendo gratis para nuestros lectores.
Graas a suas doaes neste site permanecer gratuito para os nossos leitores.
Thanks to your donations this site will remain free to our readers.

RESUMO:
Este estudo tem por objetivo verificar o papel do consrcio de exportao na aquisio de inovao e os impactos resultantes na performance exportadora das empresas que integram as redes de cooperao. Visando verificar se h correlao entre consrcio de exportao, aquisio de inovaes e performance exportadora, realizou-se anlise do coeficiente de correlao de Pearson. De acordo com a correlao de Pearson, apenas h correlao, ainda que baixa, entre consrcio de exportao e aquisio de inovaes tecnolgicas, de forma que apenas o pressuposto "o consrcio de exportao, como inovao istrativa, viabiliza a aquisio de inovaes tecnolgicas s empresas" foi corroborado. Os resultados da pesquisa mostraram que os consrcios de exportao deveriam ser mais bem explorados pelas empresas, focando em atividades conjuntas para aquisio de inovaes tecnolgicas e na ampliao do volume de vendas para o mercado internacional.
Palavras-chave: Consrcios de Exportao. Inovao. Performance Exportadora.

ABSTRACT:
The current paper aims to the role of an export consortium in the acquisition of innovation and the resulting impacts in the export performance of those companies which integrate the cooperation net.. Also, aiming to if there is any correlation of export consortium, acquisition of innovation and export performance, it was carried out a Pearson's correlation coefficient analysis. According to Pearson's correlation, there is only correlation between export consortium and the purchase of innovation, although it is a low correlation. Thus, only the presupposed "export consortium as an istrative innovation makes it possible the acquisition of new technologies to companies" has been corroborated. The research results showed that the consortiums should be more explored by business firms, focusing in group activities for the purchase of technological innovations and in increasing the sale volumes for the international market.
Key words: Export Consortium. Innovation. Export Performance.


1. Introduo 563dv

O comrcio de bens entre os pases estimulado desde a poca do mercantilismo, quando os pagamentos s exportaes eram realizados com ouro e prata, e a acumulao destes constitua a riqueza e o poder de uma nao. No entanto, foi a partir das ltimas dcadas do sculo XX que o comrcio internacional foi visto como evidente e fundamental para a economia, que de mundial ou a global (Castells, 1999), com o ingresso de um grande nmero de novos atores que quebravam o paradigma da hegemonia bipolar no mundo.

Fischer (2006, p. 2) acredita que “a capacidade de recursos e as vantagens de uma empresa no precisam ser necessariamente diferenciais poderosos para que a firma alcance sucesso em sua internacionalizao”. Para o autor, o mais importante no processo de internacionalizao traar metas e estratgias compatveis com as possibilidades de cada organizao e com seus objetivos.

As firmas que optam pela internacionalizao buscam encontrar a variedade de benefcios advindos da atividade com o exterior, relacionadas a uma satisfatria performance exportadora, que caracterizada pelo desempenho/atuao no mercado internacional. De acordo com Machado (2005), muitos estudos apontam o fato de que a performance e o sucesso obtidos na atividade de exportao so fatores condicionantes para a alavancagem da empresa no envolvimento exportador.

Diante do contexto da atividade global que envolve comrcio internacional e percebendo a internacionalizao como um processo estratgico, torna-se fundamental que as empresas agreguem em suas atividades prticas de inovao, sendo esta definida por Bessant e Tidd (2009, p. 22) como a “habilidade de fazer relaes, visualizar oportunidades e de tirar vantagens das mesmas”. Os autores associam inovao ao crescimento empresarial e afirmam que as empresas que no inovam correm o risco de serem superadas por outras que a faam, sendo ento uma questo de sobrevivncia a qualquer firma.

Damanpour (1991) divide a inovao em trs segmentos: tecnolgico e istrativo; produto e processo, alm de radical e incremental, que significam:

  • Inovao Tecnolgica: relacionada s atividades bsicas da empresa (produto e processo);
  • Inovao istrativa: referente estrutura da organizao;
  • Inovao no Produto: mudana no produto (bens e servios) que a empresa oferece;
  • Inovao no Processo: modificar a forma em que os produtos so criados e oferecidos para o consumidor;
  • Inovao Radical: mudanas que modificam consideravelmente a forma de utilizar o produto, bem como a percepo do consumidor;
  • Inovao Incremental: pequenas melhorias realizadas no produto.

Visando a explorao dos benefcios advindos da internacionalizao e compreendendo a escolha do modo de entrada no territrio estrangeiro como uma deciso estratgica, muitas empresas tm buscado a inovao istrativa para facilitar a inovao tecnolgica em seus produtos e atingirem a performance exportadora desejada, constituindo redes de cooperao empresarial na forma de consrcios de exportao. Os consrcios de exportao funcionam como uma associao de empresas juridicamente constitudas, que conjugam esforos e estabelecem uma diviso interna de trabalho, com vistas reduo de custos, aumento da oferta de produtos e ampliao das exportaes (Branco; Machado, 2004).

Os consrcios de exportao podem ser percebidos como uma inovao istrativa pelo fato de modificarem a estrutura organizacional e os processos istrativos das empresas integrantes. Embora as firmas continuem existindo de forma independente umas das outras, as decises e aspectos mercadolgicos relacionados aos produtos exportados so tomados conjuntamente, modificando a estrutura vertical de resolues, em que cada empresa buscava isoladamente fatores de competitividade e o atendimento da demanda.

. A inovao istrativa mediante o consrcio de exportao funciona tambm como um meio para que sejam aplicadas inovaes tecnolgicas aos produtos e processos das empresas, que podem ser aprimorados j que se tem a ampliao de recursos e conhecimento mais abrangente do contexto internacional em que determinado setor se encontra.

2. Internacionalizao de Empresas 501b6r

Ainda que as transaes comerciais entre os pases tenham iniciado com as mais antigas civilizaes, foi nos ltimos trinta anos que o comrcio internacional cresceu substancialmente, tanto em volume quanto em porcentagem do PIB, tanto para pases desenvolvidos quanto para pases subdesenvolvidos (Castells, 1995, p. 147).

Kuazaqui e Lisboa (2009, p.2) acreditam que “o comrcio e as relaes tm evoludo de maneira significativa (...) pela necessidade de os pases mais ricos manterem seus postos de liderana econmica e pela fase de transio das economias menos favorecidas”. Partilhando desta idia, Castells (1995) acredita que aps a dcada de 1990 o comrcio internacional deixou de ser mundial para se tornar global, ou seja, as transaes entre os pases aram a operar com um significativo nmero de atores, sendo estes tanto desenvolvidos quanto subdesenvolvidos, e com grande constncia.

Casarotto e Pires (2001) apontam que a internacionalizao requer um comportamento estratgico slido por parte das empresas, principalmente no que tange evoluo do mercado. Silber (2006, p. 25) lembra que “quanto mais um pas est integrado na economia mundial, maior a absoro de tecnologias modernas, maiores as opes para os consumidores finais e maiores as possibilidades de obter recursos financeiros a custos menores”, sendo sempre aconselhvel que os pases e as firmas se preparem para a vivncia da internacionalizao.

Uma empresa internacionalizada aquela que mantm operaes com pases distintos (Carneiro; Dib, 2007) e Mota (2007, p.4) lembra que uma firma pode ingressar nas transaes internacionais “atravs da exportao, licenciamento, investimento direto ou estabelecimento de subsidirias, desenvolvendo alianas estratgicas, adquirindo ou fundindo-se com empresas locais”. Cada modo de entrada apresenta suas peculiaridades, com nvel de controle, comprometimento e risco caracterstico, que devem ser observados e escolhidos de acordo com o contexto das empresas para que seja atingida uma performance de exportao satisfatria.

3. Modos e Estratgias de Entrada zt1c

A deciso de uma empresa em investir em outro pas carrega consigo a necessidade de existir nas firmas uma equipe capacitada, que conhea o mercado externo e observe a internacionalizao como um processo estratgico, visualizando o modo de entrada que seja compatvel com seus recursos e disposio a riscos, como lembra Andersson (2000): “a internacionalizao deve ser pretendida e ativada por um empresrio que toma as decises-chave e leva a cabo a internacionalizao”. De acordo com Kuazaqui (1999), para atuar no mercado internacional necessrio conhecer as principais caractersticas dos mercados por meio de estudos e planejamento.

Fischer (2006, p.1) diz que “o conhecimento acerca dos resultados obtidos atravs dos modos de entrada muito escasso e pouco disseminado, levando as organizaes a escolherem mtodos potencialmente inadequados”. De fato, “uma deciso estratgica crtica na internacionalizao da empresa o modo de entrada no mercado internacional” (Alem; Cavalcanti, 2005 p. 47).

Quanto maiores forem o investimento e os riscos possveis, maiores so tambm o fluxo de informaes e o grau de controle das operaes. Aps pesquisa estatstica realizada com empresas do Rio Grande do Sul e So Paulo, Fischer (2006) constatou a interligao entre o modo de entrada escolhido e a performance atingida no exterior, observando que as estratgias de internacionalizao que apresentam maior complexidade so as que tm melhor performance.

Para o presente estudo, sero observados os seguintes aspectos para as anlises:

  • Modo de entrada: exportao;
  • Estratgia de entrada: consrcio de exportao;
  • Anlise do desempenho: atravs da performance exportadora.

4. Performance Exportadora 3k918

Atualmente, verifica-se uma tendncia nas pesquisas em relacionar a performance das empresas s suas caractersticas empreendedoras: proatividade, inovao e insero numa rede de relacionamentos (Mais et al., 2010).

Verificar a performance de determinada empresa corresponde a averiguar sua efetividade, seu desempenho, em determinado ambiente. Garrido (2009) diz que o volume de estudos contemplando a observao da performance no ambiente internacional tem crescido nos ltimos anos, entretanto,o tema carrega certas controvrsias quanto a sua mensurao.

O presente estudo utilizou a escala EXPERF para mensurar a performance exportadora obtida por empresas brasileiras que pertencem a algum consrcio de exportao. Para anlise dos dados, foi verificada a relao da participao em consrcio de exportao com performance exportadora, alm da relao entre aquisio de inovaes tecnolgicas e performance exportadora.

5. A inovao nas empresas 2w383n

O ingresso de diferentes atores no comrcio internacional faz emergir a necessidade de obteno de estratgias competitivas s firmas, que precisam ser flexveis e inovadoras para superarem os concorrentes e obterem a preferncia de uma demanda global, caracterizada pela avidez s novidades (Churchill Jr; e Peter, 2000). O esforo inovador sempre recompensado, mas muito mais difcil em pases nos quais a infra-estrutura de pesquisa em universidades, institutos e nas prprias empresas mais modesta (Stal, 2010).

Bessant e Tidd (2009) lembram que “inovar” siginifica fazer algo novo, alterar. Como os mercados internacionais so caracterizados por uma maior presso competitiva que o mercado nacional, a inovao parece ser inevitvel para sobrevivncia das empresas (FILIPESCU, 2007), sendo que se a atividade no envolver caractersticas inovadoras, em produto, processo ou gesto, a concorrncia a qual a empresa estar sujeita no mercado pode comprometer a sua performance e lucratividade do negcio (ARBIX, 2004).

Bessant e Tidd (2009) defendem que a inovao de grande importncia s empresas, sejam quais forem seus setores e tamanhos, e que ela “fortemente associada ao crescimento [...] novos negcios so criados a partir de novas idias, pela gerao de vantagem competitiva naquilo que uma empresa pode ofertar” (BESSANT; TIDD, 2009 p.21). De acordo com Porter (1989), as empresas criam vantagem competitiva percebendo -ou descobrindo- maneiras novas e melhores de competir em uma indstria e levando-as ao mercado, constituindo assim um ato de inovao.

Bessant e Tidd (2009, p.26) lembram que “para muitas pessoas, simplesmente querer que a inovao ocorra pode no ser suficiente - preciso gerenciar o processo de maneira ativa” e mostram que a gesto est concentrada em trs fatores-chave: gerao de novas idias, seleo das melhores e implementao da idia. Os autores enfatizam, tambm, que o sucesso da inovao est relacionado com dois importantes fatores: recursos (pessoas, equipamentos, conhecimentos etc.) e capacidades da organizao para geri-lo.

Observando a evoluo da percepo quanto s formas de inovao organizacional, o presente estudo abordou o consrcio de exportao como inovao istrativa –visto que com sua formao ocorre mudana estrutural, j que diversas decises relacionadas ao mercado externo am a ser tomados de forma integrada pelos componentes- e, com sua formao, as empresas integrantes viabilizariam a aquisio de inovaes tecnolgicas - de processo e de produto-.

6. Mtodo 3f59z

O estudo foi composto por uma pesquisa de abordagem quantitativa, onde se trabalha com um nmero amplo de respondentes e o mtodo envolve representaes numricas (Gonalves e Meirelles, 2004). Tem-se um trabalho de natureza descritiva, onde se determina o grau de associao entre as variveis (Malhotra, 2006), verificando estatisticamente as questes correspondentes aos consrcios de exportao, inovao tecnolgica e performance exportadora.

Utilizou-se o mtodo survey de pesquisa para entender os comportamentos dos respondentes, empregando-se a avaliao, anlise e descrio de uma populao baseada em uma amostra (Baker, 2001).

Para o desenvolvimento do trabalho, o universo da pesquisa utilizado foi as empresas de diferentes setores que integram algum consrcio de exportao vinculado Agncia de Promoo s Exportaes e Investimentos (APEX), sendo a amostra da pesquisa composta por 34 empresas.

A pesquisa props-se a verificar qual o papel dos consrcios de exportao na aquisio de inovao e o seu impacto na performance exportadora das empresas integrantes. Desta forma, deve-se verificar os aspectos referentes a consrcios de exportao, inovao e performance exportadora, apresentados abaixo.

Figura 1: Modelo Conceitual de Pesquisa

7. Anlise e discusso dos resultados 252c29

7.1 Relao entre participao no consrcio exportador e performance exportadora 606771

Dando continuidade investigao dos objetivos da pesquisa, foi verificado se existe relao positiva entre a participao no consrcio de exportador e a performance exportadora resultante, utilizando-se como ferramenta de apoio o software SPSS17.

De acordo com os achados tericos apresentados, a participao em consrcios de exportao reduziria as dificuldades associadas a explorao do mercado internacional, possibilitando maiores chances de sucesso, proporcionando ento uma performance exportadora satisfatria s empresas.

Murteira (1993) aponta que esta correlao significa que a intensidade de um fenmeno acompanhada pela intensidade do outro. De acordo com Pestana e Gageiro (2003), quando p < 0,05 significa que existe relao entre as variveis, e a intensidade desta relao verificada da seguinte forma, observando o coeficiente de correlao (r):

• De 0,01 a 0,2: relao muito baixa

• De 0,2 a 0,39: relao baixa

• De 0,4 a 0,69: relao moderada

• De 0,7 a 0,89: relao alta

• De 0,9 e 1: relao muito alta

Pestana e Gageiro lembram que deve existir uma amostra mnima de 30 (para p < 0,05) ou 40 (para p = 0,10) quando se deseja calcular o coeficiente de correlao de Pearson. Como a amostra da pesquisa de 34 empresas, torna-se ento possvel o clculo deste coeficiente.

Relacionando os dados referentes a consrcios de exportao e performance exportadora, tem-se:

CE

PE

CE

r= 1,0000

r= 0,2868

p= ---

p= 0,100

Como para existir correlao entre as variveis se deve ter p < 0,05, descarta-se a relao entre consrcios de exportao e performance exportadora. Assim, para a maioria das empresas, o fato de participar de um consrcio de exportao no momento no facilita o desempenho exportador.

7.2 Relao entre aquisio de inovaes e performance exportadora 475v22

Dando continuidade ao uso do coeficiente de correlao de Pearson como forma de verificar associao entre as variveis estudadas, foi verificado se h relao entre aquisies de inovao pela empresa com a performance exportadora.

Retomando alguns pontos da literatura j apresentados neste trabalho, tem-se a associao entre inovao e crescimento empresarial, onde Bessant e Tidd (2009) afirmaram que as empresas que no inovam correm o risco de serem superadas por outras que a faam, sendo ento uma questo de sobrevivncia a qualquer firma a aquisio da inovao.

Tambm, Arbix (2005) verificou que a inovao tecnolgica est fortemente associada com a internacionalizao da empresa e constata que as firmas que inovam seus produtos e processos so mais produtivas, tm maiores parcelas de mercado, retorno maior de investimento e empregam pessoal mais qualificado, valorizando o capital humano e contedo tecnolgico obtido por meio da aprendizagem na empresa.

Os dados coletados na pesquisa, referentes inovao e performance exportadora, quando trabalhadas no SPSS resultaram em:

I

PE

I

r= 1

r=0,0904

p= ---

p=0,611

Como deve-se ter p < 0,05 para que exista correlao entre as variveis, constata-se que nas empresas da amostra a inovao e a performance exportadora no esto associadas.

7.3 Relao entre consrcio de exportao e aquisio de inovaes tecnolgicas 4l392u

De acordo com a literatura utilizada no desenvolvimento da pesquisa, tem-se a considerao de Vasconcellos (2004) que acredita que muitos avanos na empresa so resultado da combinao de inovaes tecnolgicas e inovaes istrativas, e muitas inovaes tecnolgicas no teriam ocorrido se no tivesse acontecido, prvia ou simultaneamente, alguma inovao istrativa. Assim, tem-se um apoio para que o consrcio de exportao (inovao istrativa) favorea a aquisio de inovaes tecnolgicas.

Recorda-se que Verschoore (2006) defendeu que a combinao de recursos necessrios inovao pode ser viabilizada eficientemente com a formao de uma rede de cooperao e constitui um benefcio apropriado pelas empresas participantes, porm, inatingvel para as empresas externas a ela.

Para contestar ou apoiar a existncia desta vinculao, mais uma vez foi realizada a verificao do coeficiente de correlao de Pearson, desta vez com as variveis consrcio de exportao e inovao.

Teve-se como resultado:

CE

I

CE

r =1

r= 0,3471

p=---

p=0,04

Sendo p = 0,044 e r = 0,3471; nota-se a existncia de correlao entre as variveis, j que neste caso p < 0,05. Constata-se assim que possvel apoiar a ligao entre consrcio de exportao e aquisio de inovaes tecnolgicas nas empresas da amostra.Tambm, pode-se dizer que h associao positiva entre as variveis, e ento o aumento de uma varivel aumentaria a outra.

Pestana e Gageiro (2003) lembram que o coeficiente de correlao de Pearson uma medida linear entre variveis quantitativas e varia entre -1 e 1, sendo que quanto mais prximo estiver dos extremos maior a associao linear. Tendo r = 0,3471 verifica-se que a associao linear baixa, pois como j explicitado anteriormente, esta a intensidade se o coeficiente de correlao for de 0,2 a 0,39.

Assim, embora exista ligao entre consrcio de exportao e aquisio de inovaes tecnolgicas, esta no tem grande intensidade. Entende-se ento que o consrcio pode viabilizar as aes inovativas s empresas, mas no o principal meio existente.

As evidncias que existe associao entre consrcios de exportao e aquisio de inovaes, mas que esta ligao baixa, so tambm corroboradas ao verificar a estatstica descritiva apresentada, onde 29,4% das empresas concorda que as inovaes geradas pela empresa foram facilitadas com a participao no consrcio, no entanto 50% afirma que o esforo individual da firma foi o maior responsvel pelas inovaes adquiridas.

7.4 Consideraes finais 13s5f

A presente pesquisa objetivou verificar qual o papel do consrcio de exportao na aquisio de inovao os impactos na performance exportadora das empresas integrantes, verificando a relao entre consrcio de exportao, inovao e performance exportadora.

Para avaliar a relao entre participao no consrcio de exportao e performance exportadora, recorreu-se ao uso do coeficiente de correlao de Pearson, sendo que nesta associao, onde p = 0,1; descarta-se a relao. Ainda que na estatstica descritiva tenha sido verificado que 29,4% das empresas concordam em grande parte que a atuao no mercado internacional tornou-se mais fcil com a participao no consrcio de exportao, o desempenho exportador est bastante aqum do padro satisfatrio, sendo ento possvel verificar que no momento a integrao na rede no est favorecendo o desempenho exportador.

Com o coeficiente de correlao de Pearson avaliou-se tambm se h influncia entre aquisio de inovaes e performance exportadora, pois a literatura usualmente relaciona estes dois fatores. Na anlise estatstica gerada, onde p = 0,611; descartou-se a existncia de relao entre as variveis.

Ainda que as empresas da amostra tenham apresentado bons resultados referentes a inovao, revelando que zelam por prticas inovativas, a performance exportadora bastante baixa, provavelmente devido as questes que ainda assombram os gestores das empresas, relacionadas as dificuldades internas e externas exportao

Neste estudo, verificou-se tambm se existia ligao entre participao em consrcios de exportao e aquisio de inovaes tecnolgicas, novamente atravs da correlao de Pearson. Teve-se p = 0,044; significando ento correlao entre consrcios de exportao e aquisio de inovaes. Contudo, o coeficiente de correlao resultante foi r = 0,3471; mostrando que a correlao entre as duas variveis existe, no entanto baixa.

As anlises mostram que as potencialidades dos consrcios de exportao previstas na literatura no esto sendo utilizadas integralmente, acarretando assim a baixa performance exportadora nos eixos financeiro, econmico e satisfatrio. Tambm, durante a fase da coleta de dados, constatou-se que a maioria dos consrcios comeou com um nmero maior de integrantes que, ao ar do tempo abandonaram a participao, o que significa insatisfao quanto aos resultados provenientes da parceria.

A intensificao da cooperao entre empresas do mesmo segmento em busca de um objetivo comum no uma meta utpica, pois h o exemplo italiano de consrcios de exportao e demais redes de empresas, que atravs de esforos conjuntos atingem uma performance exportadora bastante satisfatria. De acordo com Minervini (2008), h na Itlia cerca de 380 grupos de consrcio, cada um contendo em mdia 50 empresas, que so responsveis por 12% da receita de exportao (no Brasil, este ndice corresponde a 1,4%) e raramente desistem da parceria.

Percebendo a criao de redes de cooperao nos mais diversos contextos da sociedade como tendncia do mundo atual, acredita-se que seja importante a realizao de estudos futuros mais aprimorados que busquem compreender os motivos que fazem com que os consrcios de exportao no rendam aquilo que poderiam, por meio de pesquisas que estendam-se aos nveis de cooperao, gesto e apoio dos rgos de incentivo.

Tem-se como limitao da pesquisa o tamanho da amostra trabalhada, composta por 34 respondentes, o que impossibilitou a realizao de outros tipos de anlise, como a multivariada para determinar a dependncia ou interdependncia dentro da pesquisa.

De qualquer forma, acredita-se que a pesquisa realizada trouxe contribuies tericas s cincias istrativas, j que existem lacunas no mbito de consrcios de exportao, inovao e performance exportadora. Espera-se que as contribuies tericas da pesquisa possam ser expandidas prtica nas empresas, de forma a colaborar com a gesto dos consrcios de exportao e possibilitando que possam ser visualizados os aspectos que carecem maior ateno para que os benefcios que so possveis com a integrao sejam alcanados.

Referncias bibliograficas 344a63

Alem, A. C.; Cavalcanti, C. E. O BNDES e o apoio internacionalizao de empresas brasileiras: algumas reflexes. Revista do Banco Nacional de Desenvolvimento, v.12, n.24, 2005.

Andersson, S. The Internationalization of the firm from an entrepreneurial perspective. International Studies of Management and Organizations, 2000.

Apex-Brasil. aporte para o mundo: como a APEX BRASIL abriu as portas do mercado internacional para pequenas e mdias empresas. So Paulo: Nobel, 2006.

Bessant, J.; Tidd, J. Inovao e empreendedorismo.Porto Alegre: Bookman, 2009.

Branco, P. L.; Machado, M. A. Consrcio de exportao: um estudo comparativo entre o modelo brasileiro APEX e o modelo FEDEREXPORT. Revista de Prticas istrativas, v.3, n.1, 2004

Carneiro, J.; Dib, L.A. Avaliao comparativa do escopo descritivo e explanatrio dos principais modelos de internacionalizao de empresas. Revista Eletrnica de Negcios Internacionais da ESPM, So Paulo, v.2, n.1, p. 1-25, jan./jun. 2007.

Cassaroto Filho, N.; Pires, L. H. Redes de pequenas e mdias empresas e desenvolvimento local. So Paulo: Atlas, 2001.

Castells, M. A sociedade em rede. So Paulo: Paz e Terra, 1995.

Churchill Jr., G.A.; Peter, J.P. Marketing: criando valor para os clientes. So Paulo: Saraiva, 2000.

Damanpour, F. Organizational innovation: a meta-analysis of effects of determinants and s. Academy of Management Journal, v. 34, n.3, 1991.

Fischer, B.B. Relao entre estratgia de entrada em mercados estrangeiros e performance exportadora resultante em empresas brasileiras. In: Anais do XXX Encontro da ANPAD, Salvador, 2006.

Garrido, I.L. A relao entre orientao para o mercado externo, estratgias de internacionalizao e performance exportadora. Tese (doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

Gonalves, C.A.; Meirelles, A.M. Projetos e relatrios de pesquisa em istrao.So Paulo: Atlas, 2004.

Kuazaqui, E.; Lisboa, T.C. Estratgias de entrada e operaes em mercados internacionais:China. Anais do mme colloque de l’IFBAE, grenoble, 18 et 19 mai, 2009.

Machado, M.A. O envolvimento exportador e a performance exportadora: uma reviso analtica em busca de uma tipologia explanatria para a exportao. Disponvel em:<http://www.unieducar.org.br.../O%20Envolvimento%20Exportador%20e%20a%20Performance% >. o em: 15.dez.2010.

Mais, I.; Carvalho, L.C.; Amal, M.; Hoffmann, M.G. Importncia das redes nos processos de inovao e internacionalizao de empresas de base tecnolgica. RAI – Revista de istrao e Inovao, So Paulo, v. 7, n. 1, p. 41-61, jan./mar . 2010.

Malhotra, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientao aplicada. 4. ed. So Paulo: Bookman, 2006.

Murteira, B. J. F. Anlise exploratria de dados: estatstica descritiva. Lisboa: McGraw-Hill, 1993.

Silber, S.D. Teorias do comrcio internacional. In: VASCONCELLOS, M.A.S.; LIMA, M.; SILBER, S. (Orgs.) Gesto de negcios internacionais. So Paulo: Saraiva, 2006.

Stal, E. Internacionalizao de empresas brasileiras e o papel da inovao na construo de vantagens competitivas. RAI- Revista de istrao e Inovao, So Paulo, v. 7, n. 3, p. 118-147, jul./set. 2010.

Verschoore, J.R.S. Redes de cooperao interorganizacionais: a identificao de atributos e benefcios para um modelo de gesto. Tese (Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.


1 Universidade Federal de Santa Maria- Brasil [email protected]
2 Universidade Federal de Santa Maria-Brasil [email protected]
3 Universidade Federal de Santa Maria-Brasil [email protected]


Vol. 33 (11) 2012
[ndice]

[En caso de encontrar algn error en este website favor enviar email a ]