Espacios. Vol. 33 (3) 2012. Pg. 24 333o17 |
Desafios e perspectivas dos coordenadores frente gesto dos polos de Educao a distncia: o caso dos plos da UAB vinculados ao curso de graduao em istrao a distncia da UFSC 5v5l6tChallenges and prospects facing the management of the coordinators of the poles of distance education: the case of poles tied to the UAB undergraduate degree in Business istration distance UFSC 586p73Paola Azevedo 1, Alexandre Marino Costa 2 y Robson Santos da Rosa 3 Recibido: 11-07-2011 - Aprobado14-10-2011 |
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RESUMO Com o desenvolvimento e propagao da educao a distncia, os entraves para disseminao e aperfeioamento da EAD deixaram-se de ser essencialmente vinculados ao ensino, e aram a ser ligados tambm s questes gerenciais, tais como a gesto de plos de educao a distncia. Diante disso, o objetivo deste estudo analisar os principais desafios enfrentados pelos coordenadores frente gesto dos plos da UAB vinculados ao curso de graduao em istrao a distncia da UFSC. Quanto metodologia utilizada, caracterizou-se como: um estudo de caso, exploratrio, descritivo, documental, bibliogrfico, e predominantemente qualitativo. Dentre os principais desafios apresentados, citam-se: problemas de comunicao, polticos, ausncia de padronizao nos processos istrativos e funes, limitao de poder, falta de autonomia gerencial. Palavras-chaves: Gesto de plos UAB; desafios; EAD. |
ABSTRACT With the development and spread of distance education, barriers to dissemination and improvement of distance learning allowed themselves to be primarily linked to teaching, and also became linked to management issues, such as the management of centers for distance education. Therefore, the objective of this study is to analyze the main challenges faced by engineers before managing the terminals linked to the UAB undergraduate degree in Business istration distance of UFSC. Regarding the methodology used, was characterized as a case study, exploratory, descriptive, documentary, bibliographic, and predominantly qualitative. Among the major challenges presented, we mention: communication problems, political, lack of standardization in istrative processes and functions, limitation of power, lack of managerial autonomy. Key-words: Management poles UAB; challenges; EAD. |
1. Introduo 2r6u4bA difuso das tecnologias de informao e comunicao (TICs) no Brasil cresceu vertiginosamente principalmente aps a promulgao da Lei de Diretrizes e Bases da Educao (LDB) – Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – em seu art. 80 (MEC, 2005), a qual outorga ao poder pblico a misso de “incentivar o desenvolvimento e a veiculao de programas de ensino a distncia, em todos os nveis e modalidades de ensino, e de educao continuada”. Desta forma, o ensino foi uma das reas que foi favorecida por esta expanso, uma vez que ou adotar TICs no processo de ensino-aprendizagem, seja por utilizao dos recursos em aulas presenciais, semipresenciais, ou distncia. Dentre as modalidades de ensino, destaca-se a educao a distncia, uma vez que um processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, no qual alunos, tutores, e professores esto separados tanto espacial, como temporalmente. Para Nogueira (1996) disponibilizar as novas tecnologias da informao e comunicao (TICs) a servio da educao possibilita a reduo das distncias sociais e disseminao do saber, e tornou-se grande desafio propiciado pela Educao a distncia. Com o desenvolvimento e propagao da educao a distncia, os entraves encontrados deixam de ser essencialmente vinculados do o ao ensino, e am a ser ligados tambm as questes gerenciais, tais como a gesto de plos de educao a distncia. A gesto de polos de apoio presenciais tornou-se um problema recorrente, em funo da carncia de procedimentos adequados para gerenciamento e operacionalizao destes ambientes (SILVA et al, 2010). Conforme Capes (2009) a boa gesto dos polos de apoio presencial vital para o sucesso do modelo de educao a distncia (EaD) desenvolvido pela Universidade Aberta do Brasil (UAB). Portanto fundamental que os problemas existentes nos plos sejam identificados e resolvidos a fim de manter a qualidade da oferta dos cursos de educao a distncia. Diante do exposto, este estudo objetiva analisar os principais desafios enfrentados pelos coordenadores frente gesto dos Polos da Universidade Aberta do Brasil vinculados ao curso de graduao em istrao a distncia da UFSC. 2. Educao a distncia 4f633eEducao a distncia (EAD) o processo de ensino-aprendizagem, no qual a comunicao entre os atores do processo (aluno, tutor, professor) mediada pelo uso de tecnologias, pois os mesmos esto separados espacial e/ou temporalmente. Dentre as tecnologias que permitem esta comunicao, pode-se citar: a internet (sites, e-mail, AVAS, vdeo-aula, videoconferncias), o correio, o rdio, a televiso, o vdeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes (MORAN, 2002). Para Gonzalez (2005) a educao a distncia uma estratgia de ensino elaborada por sistemas educativos com intuito de levar a educao a setores ou grupos da populao que, por diferentes motivos, tm problemas de o a servios educativos regulares. O EAD um sistema tecnolgico e de comunicao bidirecional, no qual aluno e professor/tutor comunicam-se pela ao sistemtica de recursos didticos, com apoio da tutoria, que possibilita a aprendizagem autnoma do aluno (ARETIO, 2002). As dimenses territoriais do Brasil e a escassez de profissionais qualificados na rea da educao em determinadas regies do pas interferem na oferta do ensino. Assim, a educao a distncia uma modalidade que supre em partes algumas destas necessidades identificadas, diminuindo as dificuldades e ampliando a possibilidade de o qualificado educao. Como modalidade de ensino recente, a educao a distncia significa mudana nos paradigmas da educao, e, portanto, sofre resistncia como qualquer outra. No entanto, paulatinamente esta modalidade de ensino ganha expresso e se expande no pas. Para Moran (2002) a mudana na educao no um processo uniforme nem fcil. No entanto, ela ocorre naturalmente, e atualmente o esforo primordial deve estar voltado para possibilitar a todos o o s tecnologias de informao e comunicao, e na formao adequada de professores, para que os mesmos sintam-se preparados para a inovao. Keegan (1991) elenca os elementos primordiais em EAD, tais como: separao fsica entre professor e aluno; utilizao de tecnologias de informao e comunicao de mo-dupla, no qual o aluno pode ter a iniciativa do dilogo com o professor; influncia da organizao educacional (planejamento, sistematizao e organizao rgida); possibilidade de encontros com fins didticos e de socializao. Landim (1997) complementa o exposto por Keegan (1991) ao afirmar que necessria uma estrutura que possibilite a oferta com qualidade deste ensino, como por exemplo: rgos especficos para acompanhamento, atendimento e apoio aos alunos. Esta estrutura possibilita ao aluno a aquisio de hbitos e tcnicas de estudo, alm da interao com tutores e demais alunos, aperfeioando seu processo de aprendizagem. Em virtude das peculiaridades da proposta da educao a distncia, esta modalidade de ensino exige a adoo de tcnicas instrucionais especiais, tcnicas no design do curso, mtodos diferenciados de comunicao, assim como uma organizao especial e arranjos istrativos (MOORE; KEARSLEY, 2007). No que tange a arranjos istrativos, os principais responsveis por esta funo so os coordenadores. Especificamente com relao aos arranjos istrativos dos plos, objeto deste estudo, o responsvel o coordenador de plo presencial, o qual se torna automaticamente o gestor de plos. A seguir so elucidadas as funes do coordenador de plos presenciais frente gesto dos plos. 2.1 O coordenador de polos e a gesto dos polos presenciais h1l2jA gesto de cursos de educao a distncia um desafio constante para os partcipes do processo, uma vez que esta uma modalidade de ensino incipiente se comparada ao ensino presencial. Segundo Silva et al (2010) na modalidade a distncia, um polo de apoio presencial necessita de e istrativo e pedaggico para lograr xito em suas aes e atingir a excelncia almejada no processo de aprendizagem, que o foco pretendido. A Universidade Aberta do Brasil, por meio do Modelo de plo de apoio presencial, prev recursos humanos mnimos pertencentes ao Plo UAB para o bom funcionamento do mesmo. O mnimo exigido um Coordenador de Plo, o qual se responsabiliza pela gesto acadmica e istrativa; tutor presencial; tcnico de laboratrio pedaggico, se necessrio; tcnico em informtica; bibliotecria e auxiliar para a secretaria. O gestor ou de plos, no caso da educao a distncia, o coordenador de plos. Assim como qualquer gestor, espera-se do gestor de plos de educao a distncia que ele exera funes bsicas, denominadas funes istrativas. As funes istrativas so essenciais para que os objetivos propostos pela organizao sejam interpretados e transformados em ao, com o intuito de atingir estes objetivos. As funes istrativas dividem-se em: planejamento, organizao, liderana (direo) e controle. Estas funes so moldadas conforme as peculiaridades de cada organizao. Segundo Moore e Kearsley (2007) dentre as atividades dos gestores na educao a distncia, pode-se citar: definio de estratgia para obter informaes sem necessidade de intervir com os alunos; alocao de recursos (estruturais, financeiros, humanos), definio de prazos e metas para as atividades; superviso de tutores; definio, com toda a equipe, de mecanismos de e avaliao; e funes polticas para obter recursos e disseminar a cultura de EAD. Para Amaral e Rosini (2009) a gesto de qualidade e profissional de um polo de apoio presencial de educao a distncia pera pelo esclarecimento de todos os partcipes do processo do que gesto de polos, e em especial o discernimento do coordenador de plos sobre o contexto educacional. Segundo a CAPES, o Coordenador de Polo presencial um professor selecionado da rede pblica, e quem responder pelas aes de gesto do plo de apoio presencial. Conforme j mencionado, o gestor planeja, organiza, lidera e controla, e cada uma destas funes ocorre de maneira diferenciada de acordo com a organizao em que se atua. No caso do coordenador de plo presencial, suas funes, segundo o Anexo I da Resoluo CD/FNDE N 26, de 5 de junho de 2009, que estabelece orientaes e diretrizes para pagamento das bolsas da UAB (Brasil, 2009), so:
O Coordenador de polo presencial primordial para a educao a distncia. Entretanto, to importante quanto definir os papis e funes do Coordenador de Polo presencial, fundamental o discernimento sobre todas as atividades a serem desenvolvidas e geridas por ele (AMARAL; ROSINI, 2009). Conforme Silva et al (2010) constitui-se questo estratgica e de grande relevncia dentro de um plo, o domnio e emprego das tcnicas relacionadas gesto estratgica, de projetos, de infraestrutura, de equipe e de processos. Alm disso, fundamental que ocorra o que os autores denominam de “homogeneizao de saberes”, ou seja, os coordenadores de plos devem ter o s mesmas informaes, procedimentos, conhecimentos, ferramentas, entre outros. Para que o coordenador de plos exera sua funo essencial a condio de trabalho junto aos plos. Alm dos recursos humanos mnimos exigidos pela UAB para uma boa gesto de plo, foram delineadas propostas de estrutura mnima no que diz respeito ao ambiente, mobilirios e equipamentos de um polo de apoio presencial, a fim de nortear as aes dos seus mantenedores, estados e/ou municpios. Conforme a Estrutura UAB/CAPES (2010) um plo UAB dever ter, pelo menos, a seguinte infraestrutura: salas para secretaria acadmica, coordenao de polo, tutores presenciais, professores, sala de aula presencial, laboratrio de informtica e biblioteca. Cada um dos ambientes dever ter os equipamentos e moblia compatvel com a necessidade identificada. Com uma infraestrutura mnima, recursos humanos necessrios e capacitaes especficas o coordenador de plos ter condies de otimizar os recursos existentes e aperfeioar o processo de gesto, com intuito de qualificar cada vez mais a educao a distncia. 3. Material e mtodos 44s4yQuanto natureza das variveis pesquisadas, a pesquisa se classificou como qualitativa, pois se buscou captar o significado do coordenador de polo em sua cultura (crenas, conhecimento, valores e prticas), neste caso nos plos de educao a distncia da Universidade Aberta do Brasil, vinculados ao curso de graduao em istrao a distncia da UFSC. Em relao ao tipo de pesquisa, classificou-se como exploratria e descritiva, pois, procurou-se conhecer mais profundamente o tema em questo, desafios da gesto dos plos de apoio presencial, o qual ainda bastante por ser incipiente. J em um segundo momento, a pesquisa caracterizou-se como descritiva, pois foram descritos os desafios e perspectivas expostos pelos gestores de plo. Quanto aos procedimentos tcnicos utilizados, a pesquisas classificou-se como: bibliogrfica, documental, e pesquisa de caso (GIL, 2002). Tais caractersticas estiveram presentes, pois foram consultadas bibliografias e documentos referentes realidade de um caso em particular, dos plos presenciais da UAB vinculados ao curso de graduao em istrao a distncia da UFSC, com o intuito de obter informaes pertinentes que permitam a soluo de um problema , no caso, os desafios frente gesto destes plos. No que diz respeito coleta de dados, foram obtidos dados primrios (questionrios) e dados secundrios (pesquisas bibliogrficas). O objeto de estudo da pesquisa foram os gestores de plo, neste caso especfico os coordenadores de plo UAB pertencentes ao curso de graduao em istrao a distncia da UFSC. Para a seleo da amostra deste estudo levou-se em conta a disponibilidade do entrevistado para responder aos questionamentos. Sendo assim, a populao-alvo constitui-se de 15 coordenadores, dos quais 12 responderam ao questionrio, formando a amostra por convenincia. Para a coleta de dados primrios foi utilizado um questionrio que continha inicialmente uma caracterizao socioeconmica e posteriormente as seguintes perguntas: Que tipos de desafios voc encontra na gesto do plo? Quais mudanas ou sugestes voc acredita que so necessrias para melhoria das condies na gesto do polo? Alm disso, os coordenadores tiveram um espao no questionrio para inserir atividades exercidas por eles e iniciativas que eles acreditam que vo alm das funes bsicas do gestor, mas que auxiliam no processo de gesto dos polos. Este questionrio foi enviado por e-mail aos 15 coordenadores de plo presencial da UAB do curso de graduao em istrao a distncia da UFSC. Dos 15 questionrios enviados, 12 retornaram. Com base nos questionrios recebidos, foi elaborada a anlise dos dados. Conforme exposto anteriormente, a presente pesquisa classificou-se como estudo de caso, conseqentemente, seus dados no podero ser extrapolados a outras organizaes, constituindo-se assim, na principal limitao da pesquisa. Ainda assim, este estudo servir como base para futuras pesquisas, visto que a discusso sobre o tema ainda bastante incipiente. 4. Resultados e discusso: desafios e perspectivas dos coordenadores frente gesto dos polos uab vinculados ao curso de graduao em istrao a distncia da USFC 6xe6bO curso de graduao em istrao a distncia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vinculado Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) iniciou suas atividades em 2007. Atualmente conta com 15 plos de apoio presenciais distribudos em trs regies do pas, Norte, Sul e Nordeste, em quatro estados brasileiros e 15 diferentes cidades, conforme ilustrado na figura 01. Figura 01 – Plos de apoio presencial do curso de graduao Todos os coordenadores que fizeram parte da pesquisa so pertencentes aos plos de apoio presencial da Universidade Aberta do Brasil, pertencentes ao curso de graduao em istrao a distncia da Universidade Federal de Santa Catarina. Pode-se perceber pelo perfil scio-econmico dos entrevistados que os coordenadores de plo presencial so em mais de 75% dos casos professoras, especialistas, com mais de 37 anos, mulheres, casadas e dedicam em torno de 40 horas semanais para as atividades de coordenao. Constatou-se tambm que apenas 25% exercem concomitantemente a atividade de professor no perodo de 20 horas semanais, o que certamente acarreta em uma sobrecarga de trabalho. Quanto ao tempo de dedicao a maioria dos respondentes foram coordenadoras que esto desde o princpio do curso, ou seja, 4 anos. Com relao experincia com educao a distncia, as coordenadoras apresentaram pelo menos quatro anos, e uma delas j trabalha com educao a distncia h 10 anos. Verificou-se, portanto, que algumas coordenadoras iniciaram sua primeira experincia com educao a distncia j no posto de coordenao. Esta caracterizao inicial fundamental uma vez que certamente se houvesse coordenadores com pouco tempo de gesto, influenciaria nos aspectos correlacionados aos desafios e perspectivas frente gesto do plo. Os principais desafios citados pelos gestores de plo foram: falta de autonomia financeira; falta de recursos financeiros oriundos do governo Federal, j que o municpio investe o que possvel dentro dos limites; Dificuldades de espao fsico; limitao de poder; falta de reconhecimento; problemas de comunicao; lentido no processo de tomada de deciso; dificuldade de padronizao das atividades correlacionadas gesto; falta de autonomia na tomada de deciso; informaes desalinhadas; falta de integrao dos plos de apoio presencial e demais instncias relacionadas Educao a distncia; dificuldade de implantao de mecanismos de controle na gesto do plo, uma vez que a falta de autonomia influencia diretamente neste processo; salrios incompatveis com a funo e responsabilidade que exercem. Algumas coordenadoras apontaram o desafio de se ter tanta responsabilidade e receber apenas uma bolsa. Alguns desafios so de cunho poltico, conforme pode se observado pelo depoimento abaixo: “H um ano vou prefeitura pedir uma sede para o plo ainda no consegui, mas acredito que “gua mole em pedra dura tanto bate at que fura”, e o prefeito j est vendo esta possibilidade para 2012.” Conforme j exposto anteriormente, segundo Moore e Kearsley (2007) dentre as atividades dos gestores na educao a distncia, est a necessidade de exercer funes polticas para obter recursos e disseminar a cultura de EAD, portanto, estes desafios so inerentes ao cargo. H outros depoimentos que mostram e reforam os desafios j expostos: “A coordenadora no vista em sua realidade...h cursos que nem respondem emails da coordenadora quando esta apresenta alguma observao. Quando a coordenadora no responder emails chamado a ateno mas, do contrrio, no temos este direito pois, em alguns casos, no somos bem vistas.” “Penso que a questo de comunicao falha, j apareceu um novo tutor aqui no plo se apresentando como novo tutor, como coordenadora no fazia idia do que se tratava, pois o curso ligou diretamente para o novo tutor.” “... no custa os cursos enviarem informaes aos tutores com cpia para a coordenadora”. Pode-se perceber que a questo vai alm do problema da falha de comunicao, pois conforme depoimento de algumas coordenadoras quando um tutor ou aluno aparece no plo tomando determinada atitude ele foi instrudo por outrem, e acredita que est procedendo da forma correta, ento se cria um clima bastante desagradvel de desconfiana, pois no se consegue saber de imediato quem esta agindo corretamente ou no. No que se refere a mudanas e perspectivas descritas pelos coordenadores de plo, verificou-se principalmente coordenadores sinalizando para uma possvel padronizao de todos os processos istrativos, uma vez que um problema recorrente e j apontado em outros momentos por estes; necessidade de definio de papis e pelo que cada um responsvel (aluno, tutor, supervisor, coordenador, professor); aumento de verbas provenientes do Governo Federal uma vez que os polos so mantidos pelo municpio; que o polo tenha recursos prprios para serem gerenciados pelo gestor de polos, pois assim distribuir-se-ia equitativamente a verba e todas as atividades seriam programadas conforme as possibilidades e restries financeiras; necessidade de reunir-se com a Universidade a fim de definir o calendrio conjuntamente, alm disso, definir quais so os recursos financeiros especficos para o Plo; possibilidade de reconhecimento financeiro dos atores envolvidos no processo de Educao a distncia. H depoimentos que mostram e reforam as perspectivas e necessidade de mudana j expostas: “...preciso aqui uma sede prpria, precisa haver uma padronizao do papel do tutor e cumprimento de horrios...” “O sistema UAB precisa funcionar com funes mais ou menos iguais” “...o polo deve ter recursos prprios para gerenci-lo...” “...remunerar melhor os atores que trabalham nos Plos, no apenas como bolsistas mas com um salrio digno da funo que cada um exerce.” “... reunir-se com a Universidade para definir calendrio seria essencial...” Alm dos desafios e perspectivas algumas coordenadoras informaram atividades que exercem que vo alm das funes bsicas do gestor, mas que melhoram o processo de gesto, tais como: organizao de informaes, eventos e notcias referentes ao plo e encaminhamento ao jornal e rdio da cidade, organizao de reunies extraordinrias para resoluo de determinadas situaes, organizao de palestras correlacionadas ao EAD, organizao de confraternizaes. Alm disso, h coordenadoras que proferem palestras sobre Educao a distncia em diferentes ambientes organizacionais. importante salientar que esta exposio acerca dos desafios e perspectivas dos coordenadores/gestores dos plos de apoio presencial da UAB vinculados ao curso de graduao em istrao a distncia da UFSC reflete de forma geral a situao vivida em cada plo. Certamente a cidade, estado e regio na qual est inserida o plo afeta diretamente a gesto, uma vez que interfere nos recursos dos plos, no o a todas as tecnologias, o a recursos humanos capacitados para o trabalho, infraestrutura, comunicao com a Universidade e demais plos, padronizao dos processos, tempo para tomada de deciso, entre outros fatores. Por isso, fundamental fazer uma investigao minuciosa em cada plo a fim de otimizar o processo de gesto e aperfeioar continuamente a Educao a distncia, no apenas na parte pedaggica, mas tambm istrativa. 5. Concluses 1y2q3uO aperfeioamento e difuso com qualidade da educao a distncia esto intrinsecamente correlacionados a uma gesto de qualidade, em todos os nveis do processo. Para tanto, essencial e condio sine qua non a identificao de todos os entraves nos processos de gesto. A gesto de plos, objeto deste estudo, uma das etapas essenciais a serem otimizadas uma vez que representam um espao no qual interagem tutor, aluno, professor, coordenador. Desta forma, procurou-se analisar os principais desafios enfrentados pelos gestores de Plo da Universidade Aberta do Brasil vinculados ao curso de graduao em istrao a distncia da UFSC. Os principais desafios citados pelos gestores de plo foram: falta de autonomia financeira e na tomada de deciso; falta de recursos financeiros oriundos do governo Federal; salrios incompatveis com a funo e responsabilidade que exercem; falta de reconhecimento; problemas de comunicao; lentido no processo de tomada de deciso; dificuldade de padronizao das atividades correlacionadas gesto; informaes desalinhadas; falta de integrao dos plos de apoio presencial e demais instncias relacionadas Educao a distncia; A fim de identificar o que coordenadores sugerem e tem como perspectivas para melhoria do processo verificou-se o que os mesmos pensam a respeito. Eles apontaram uma possvel padronizao de todos os processos istrativos, uma vez que um problema recorrente e j sinalizado em outros momentos por estes; necessidade de definio de papis e pelo que cada um responsvel (aluno, tutor, supervisor, coordenador, professor); aumento de verbas provenientes do Governo Federal uma vez que os polos so mantidos pelo municpio; que o polo tenha recursos prprios para serem gerenciados pelo gestor de polos, pois assim distribuir-se-ia equitativamente a verba e todas as atividades seriam programadas conforme as possibilidades e restries financeiras; necessidade de reunir-se com a Universidade a fim de definir o calendrio conjuntamente; possibilidade de reconhecimento financeiro dos atores envolvidos no processo de Educao a distncia. A exposio acerca dos desafios e perspectivas dos coordenadores/gestores dos plos de apoio presencial da UAB pertencentes ao curso de graduao em istrao da UFSC fornece um panorama sobre a situao vivida em cada plo, no entanto, no substitui a investigao minuciosa que deve ocorrer em cada um dos plos. Por fim, ressalta-se a necessidade de estudos contnuos, respeitadas as caractersticas regionais e realidade de cada plo, a fim de aperfeioar de fato o processo de gesto nos plos de educao a distncia da UAB. Referncias bibliogrficas 4g2wwAMARAL, R.C.B.; ROSINI, A. Concepes de interatividade e tecnologia no processo de tutoria em programas de educao a distncia: paradigmas na construo do conhecimento. Revista Cientfica Intersaberes. PR: Facinter, v.1, n.1, set. 2009. ARETIO, Lorenzo Garca. La educacin a distancia: de la teoria a la prctica. Barcelona: Ariel. 2002. BRASIL. Ministrio da Educao. Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005. 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