Espacios. Vol. 32 (4) 2011. Pg. 33 4b3d65


Investimentos em cincia, tecnologia e inovao: Panorama brasileiro 3820f

Investments in science, technology and innovation: Brazilian Panorama 176i4a

Las inversiones en ciencia, tecnologa e innovacin: panorama brasileo 4a4o8

Claudia Tania Picinin 1, Luiz Alberto Pilatti 2, Joo Luiz Kovaleski 3 y Bruno Pedroso 4

Recibido: 02-12-2010 - Aprobado: 04-05-2011


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RESUMO:
A aplicao de recursos tanto pblicos quanto privados no setor de cincia, tecnologia e inovao pea chave no complexo cenrio futuro de um pas em desenvolvimento como o Brasil. O volume de investimentos abarca problemas de ordem econmica ou viabilizam solues de crescimento para o pas. Este artigo tem o objetivo de mapear o desenvolvimento do setor de cincia, tecnologia e inovao no Brasil, tendo como foco principal os investimentos realizados. Foram utilizados dados empricos secundrios, com predominncia quantitativa, coletados em bases de dados disponveis de forma online em rgos federais ligados ao setor no Brasil. Os resultados apontam que as maiores aplicaes so realizadas pelo setor pblico (53,64%) em relao ao montante investido em cincia, tecnologia e inovao e maior dispndio em pesquisa e desenvolvimento no perodo de 2000 a 2008; as publicaes brasileiras de artigos da grande rea Engenharias, em revistas indexadas na base de dados Thomson Reuters, representa apenas 1,3% do volume mundial; os pedidos de patentes realizadas ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no tem apresentado aumento desde 2000. Quatro itens fundamentais foram apontados: (i) cincia e conhecimento so elementos essenciais para o desenvolvimento do Brasil; (ii) a cincia utilizada no pas apenas como forma de gerar conhecimentos. A pesquisa realizada predominantemente em universidades, no sendo utilizada para gerar riquezas nas indstrias; (iii) o ciclo evolutivo da cincia inicia-se sempre por novas descobertas, podendo nesta etapa gerar inovaes; (iv) o Brasil caminha em oposio ao desenvolvimento, por ser no adaptar-se rapidamente insero de novas tecnologias.
Palavras chave: Investimento em cincia; tecnologia; inovao.

ABSTRACT:
The application of resources public as much as private in the science, technology and innovation's sector is a key piece in the future complex scenario of a country in development as Brazil. The investments volume monopolizes problems of economic order or makes possible solutions of growth for the country. This article objectifies to map the development of the science, technology and innovation' sector in Brazil, focusing the performed investments. It was used secondary empiric data, with quantitative predominance, collected in online available databases in federal organs connected to the sector in Brazil. The results show that the biggest applications are performed by public sector (53,64%) regarding the amount invested in science, technology and innovation and larger expense in research and development in the period between 2000 and 2008; the Brazilian publications of articles of the great area Engineerings, in journals indexed in Thomson Reuters's database, represents only 1,3% of the world volume; the patents requests to the National Institute of the Industrial Property (INPI), haven't increase since 2000. Four fundamental items were pointed: (i) science and knowledge are essential elements for Brazil's development; (ii) the science is used in Brazil just like generating knowledge. The research is mostly performed in universities and is not being used to generate richness in the companies; (iii) the evolutionary cycle of the science initiates always by new discoveries, being possible in this stage to generate innovations; (iv) Brazil run away to the development because don't adapts quickly to the new technologies insertion.
Keywords: Investment in science; technology; Innovation.

RESUMEN:
La aplicacin de recursos pblicos y privados en el sector de ciencia, tecnologa e innovacin es llave en el complejo escenario futuro de un pas en desarrollo como el Brasil. El volumen de inversiones engloba problemas de orden econmico o tornan viable soluciones de crecimiento para el pas. Este artculo tiene el objetivo de identificar el desarrollo del sector de ciencia, tecnologa e innovacin en Brasil, teniendo como foco principal las inversiones realizadas. Fueron utilizados dados empricos secundarios, con predominancia cuantitativa, colectados en bases de dados disponibles de forma online en rganos federales ligados al sector en Brasil. Los resultados apuntan que las mayores aplicaciones son realizadas por el sector pblico (53,64%) con relacin al montante investido en ciencia, tecnologa e innovacin y mayor dispendio en pesquisa y desarrollo en el perodo de 2000 a 2008; las publicaciones brasileas de artculos de la gran rea Ingenieras, en revistas indexadas en la base de dados Thomson Reuters, representa apenas 1,3% del volumen mundial; los pedidos de patentes realizadas al Instituto Nacional de la Propiedad Industrial (INPI), no ha presentado aumento desde 2000. Cuatro tems fundamentales fueron apuntados: (i) ciencia y conocimiento son elementos esenciales para el desarrollo de Brasil; (ii) la ciencia es utilizada en el pas apenas como forma de generar conocimientos. La pesquisa es realizada predominantemente en universidades, no siendo utilizada para generar riquezas en las industrias; (iii) el ciclo evolutivo de la ciencia se inicia siempre por noticias descubiertas, pudiendo en esta etapa generar innovaciones; (iv) Brasil camina en oposicin al desarrollo, por ser no adaptarse rpidamente a la insercin de nuevas tecnologas.
Palabras llave: Inversin en ciencia; tecnologa; innovacin.

1. Introduo 563dv

A universidade o local do conhecimento, apesar de no ter seu monoplio (BRITO CRUZ, 2004b). No Brasil, a idia de universidade assentada na indissociabilidade do trip ensino, pesquisa e extenso (DURHAM, 2004). o que diz o artigo 207 da Constituio de 1988 quando coloca que “as universidades gozam de autonomia didtico-cientfica, istrativa e de gesto financeira e patrimonial e obedecero ao princpio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso”.

Para Brito Cruz (2004b), o papel da universidade cumpre-se na aliana entre educao e avano do conhecimento. Para tal, a liberdade acadmica e a autonomia so elementos inter-relacionados: “sem autonomia, no existe liberdade acadmica; e a liberdade acadmica parte fundamental do exerccio da autonomia universitria”. No entendimento do autor, que um dos mais importantes pesquisadores brasileiros, a liberdade acadmica, particularmente, um valor que padece de uma compreenso mais clara. O problema deriva do utilitarismo que baliza a discusso sobre cincia e tecnologia no Brasil; da cobrana de certos resultados e de certas contribuies que, apesar de possveis, no so essenciais e nem fazem parte da razo de existir da universidade.

Com efeito, o papel da universidade, e por extenso do professor/pesquisador, propor idias importantes, sem aceitar a responsabilidade de tratar de todos os problemas nacionais. Sua funo a educao. Educar, na universidade, supe centralidade na pesquisa bsica, na qual se formar estudantes de forma eficaz, sem outra cobrana que no a do compromisso com o mtodo cientfico. Supe, ainda, um pouco menos de pesquisa aplicada e bem pouca pesquisa visando ao desenvolvimento tecnolgico (BRITO CRUZ, 2004b).

O desenvolvimento tecnolgico apresenta relacionamento com a propriedade intelectual do conhecimento produzido. algo no muito alinhado com a prtica acadmica, por envolver o sigilo de determinados projetos, necessrio para as indstrias. Desenvolvimento tecnolgico trata da ponta final, do momento da transformao do conhecimento em riqueza ou outros resultados prticos, sendo interesse natural das indstrias ou de rgos de governo.

No Brasil, apenas 20% dos cientistas trabalham para indstrias. Nos pases desenvolvidos, o ndice de mais de 60%. Esse desequilbrio ocorre porque as indstrias enfrentam obstculos grandes para realizar um investimento cujo retorno vem a prazo mdio ou longo. A pesquisa acadmica no existe para criar benefcios imediatos, seu compromisso realizar descobertas e proporcionar melhorias na sociedade (BRITO CRUZ, 2006).

Dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatstica – IBGE, divulgados no relatrio de Pesquisa e Inovao Tecnolgica - PINTEC (2005), apontam que o fortalecimento das interaes entre os diferentes agentes do sistema nacional de inovao tem papel fundamental no desenvolvimento tecnolgico.

A cultura de criar relacionamentos fortes entre indstria e universidade com o intuito de gerar riquezas praticamente inexistente no Brasil. Arruda (2006) afirma que mesmo em um perodo contemporneo, o territrio est demarcado por assimetrias sociais e econmicas, riqueza tecnolgica que deveriam ter os problemas reais como referncia fundamental, conferindo produo cientfica um profundo sentido social. Demarcado ainda por uma reflexo mais ambiciosa em relao ao contributo da cincia e tecnologia em prol de um futuro possvel.

A presente pesquisa detm-se em um levantamento bibliogrfico. Para esclarecer o problema – mensurar os investimentos em ciencia, tecnologa e inovao – foi explorado o conhecimento produzido a cerca do tema. Os dados empricos coletados possuem predominncia quantitativa, pois os indicadores de cincia, tecnologia e inovao so apresentados numricamente, com exposio de tabelas e grficos.

Para a obteno dos dados empricos de carter secundrios foram obtidos atravs de publicaes cientficas, debates e informaes disponveis de forma online em rgos federais ligados ao setor de cincia, tecnologia e inovao no Brasil.

O presente trabalho tem o objetivo mapear o desenvolvimento do setor de Cincia, Tecnologia e Inovao no Brasil, tendo como foco principal os investimentos realizados. O trabalho justifica-se em funo do enfoque proposto ao objeto, por ser um tema atual e discutido amplamente na comunidade cientfica. A aplicao de recursos tanto pblicos quanto privados no setor de cincia, tecnologia e inovao pea chave no complexo cenrio futuro de um pas em desenvolvimento como o Brasil. O volume de investimentos abarca problemas de ordem econmica ou viabilizam solues de crescimento para o pas, dependendo de sua proporo.


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1. Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR – Campus Ponta Grossa. E-mail: [email protected]
2. UTFPR – Campus Pato Branco. E-mail: [email protected]
3.UTFPR – Campus Ponta Grossa. E-mail: [email protected]
4. E-mail: [email protected]


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